tag:blogger.com,1999:blog-43449445740306898392024-02-19T00:42:19.010-03:00Blog do BiólogoEspaço criado para postagem de diferentes assuntos como pesquisa científica, congressos, ensino superior e pós graduação, curiosidades e principalmente temas relacionados aos mamíferos silvestres.Seja bem-vindo e compartilhe suas curiosidades enviando um email para cassiano.roman@gmail.com. Cassiano Romanhttp://www.blogger.com/profile/04941311780826276771noreply@blogger.comBlogger91125tag:blogger.com,1999:blog-4344944574030689839.post-28517592978977041822016-10-05T10:22:00.003-03:002016-10-05T10:24:18.338-03:00PALESTRA EM SANANDUVA (RS)
Unidade em Sananduva promove eventos sobre gestão ambiental, agricultura familiar e territorialidade
Publicação: 28/09/2016 às 16h23min
Sobre fundo branco, símbolo do curso de Administração, em azul, formado por dois triângulos centrais unidos pelas pontas e, lateralmente, os sinais de maior (direita) e menor (esquerda). Acima, um elemento gráfico que remete a uma árvore, em tons de verde
Programação conta com palestras e oficina.
A Unidade da Uergs em Sananduva promove, nos dias 6 e 7 de outubro, a XIV Semana Acadêmica integrada de Administração e Gestão Ambiental e o II Seminário sobre Agricultura Familiar e Territorialidade.
A programação conta com palestras sobre com convidados que falaram sobre gestão ambiental, laboratórios de alimentos, estratégias de inovação no agronegócio, impacto econômico da Uergs e seu papel no desenvolvimento regional, entre outros temas. A professora Carla Centeno, da Unidade em Vacaria, ministrará uma oficina sobre “Manejo Sustentável de Hortas para Agricultura Familiar”. Os estudantes da Uergs também terão a oportunidade de apresentar trabalhos desenvolvidos ao longo do curso.
XIV Semana Acadêmica integrada de Administração e Gestão Ambiental e
II Seminário sobre Agricultura Familiar e Territorialidade
Período: 6 e 7 de outubro de 2016
Dias e Horários: quinta, das 19h até 23h e sexta, das 13h30 até 17h30 e das 19h até as 23h
Carga Horária: 12h
Locais:Casa de Cultura Hilário Copatti e Unidade da Uergs em Sananduva
Públicos de interesse: Discentes e docentes da Uergs, comunidade em geral, gestores públicos e professores e alunos da região.
Inscrições: até 7 de outubro, na Unidade
Coordenação: Gerônimo Rodrigues Prado e Ernane Ervino Pfüller
Contato: geronimo-prado@uergs.edu.br | ernane-pfuller@uergs.edu.br
Informações: (54) 3343-3241
Programação:
Dia 6 de outubro (quinta-feira):
Casa de Cultura Hilário Copatti, das 19h até 23h
18h - Recepção e inscrições na Casa da Cultura Prefeito Hilário Copatti
19h - Abertura oficial
19h15min - Apresentação artística
<b>19h30min - Palestra: O Papel do Gestor Ambiental no Manejo de Fauna
Palestrante: Me. Cassiano Roman - biólogo e mastozoólogo, graduado e mestre pela UFSM em Ciências Biológicas e aluno do Curso de Bacharelado em Gestão Ambiental da Uergs em Erechim.</b>
Mediação: Professora Dra. Rosele Clairete dos Santos.
20h30min - Intervalo
20h40min - Palestra: Instalação dos laboratórios de ensino e de análise de alimentos na região - projeto de pesquisa com financiamento PROINF
Palestrante: Prof. Ernane Ervino Pfüller.
20h50min - Palestra: Implantação e manutenção do Núcleo de Extensão em Desenvolvimento Territorial no Território Rural do Nordeste Riograndense – projeto, de pesquisa e extensão, financiado pelo CNPQ.
Palestrantes: Bolsista CNPQ Diógenes Fracasso bolsista e Prof. Ernane Ervino Pfüller.
21h - Palestra: Impacto Econômico da UERGS no Município de Sananduva – projeto de pesquisa da Uergs
Palestrante: Aluna do Curso de Bacharelado em Gestão Ambiental Luciane Dalla Santa. Orientador e Mediador: Professor Rodrigo Sanchotene Silva.
21h15min – Palestra: Sananduva: Que rio temos? Que rio queremos? – projeto de pesquisa da Uergs
Palestrante:Aluna do Curso de Bacharelado em Gestão Ambiental Vanessa Almeida Vargas.
Orientadora e Mediadora: Professora Fabiane Wiederkehr.
21h30min - Palestra: Mapeamento e Caracterização Ambiental Macroscópica das Nascentes no Espaço Urbano do Município de Sananduva– projeto de pesquisa da Uergs
Palestrante:Aluno do Curso de Bacharelado em Gestão Ambiental Equiton Gregio. Orientadora e Mediadora: Professora Fabiane Wiederkehr.
21h45min - Palestra: Arborização Urbana: Qualidade de Vida de qualquer Cidade– projeto de pesquisa da Uergs
Palestrante: Aluno do Curso de Bacharelado em Gestão Ambiental Douglas Bessegatto. Orientadora e Mediadora: Professora Rosele Clairete dos Santos.
22h - Debate
23h - Encerramento
Dia 7 de outubro (sexta-feira):
Unidade da Uergs em Sananduva, 13h30min às 17h30min
Oficina Manejo Sustentável de Hortas para Agricultura Familiar – Profa.Dra. Carla Azambuja Centeno Bocchese (Uergs em Vacaria) - Atividade financiada pelo projeto vinculado ao NEDET/CNPQ
Dia 7 de outubro (sexta-feira):
Casa de Cultura Hilário Copatti, das 19h até 23h
19h30min - Palestra: Estratégias de Inovação no Agronegócio voltados ao Pequeno, Médio e Grandes Produtores
Palestrante: Leonardo Leal Flores - engenheiro agrônomo, gerente regional da Agrofel. Mediadora: Professora Marcia Regina Maboni Hoppen Porsch.
20h45min- Apresentação de Trabalho Oral: Classes Sociais e Comportamento do Consumidor
Apresentadores: Alunos do Curso de Bacharelado em Administração Reinaldo dos Santos, Rangel de Matos, Wellington Bosqueiro, Ivan da Silva, Laura Bergamin e Suélen da Silva.
21h - Apresentação de Trabalho Oral: Empreendedorismo
Apresentadores: Alunos do Curso de Bacharelado em Administração Joel Tristão, Patrícia Oliveira, Franciele Fracasso, Franthiesca Agostinetto, Tamara Machado, Rosiane Betiolo, Taise Ludwig e Marianne Bianchi.
Orientação e Mediação: Professor Oberdan Teles da Silva.
21h15min - Palestra: O Papel da Universidade Empreendedora no Desenvolvimento Regional
Palestrante: Me Cassiane Chais- Universidade de Caxias do Sul (UCS).
Mediador: Professor Oberdan Teles da Silva.
23h - Encerramento
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Cassiano Romanhttp://www.blogger.com/profile/04941311780826276771noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344944574030689839.post-68331514487759736142016-08-01T17:08:00.003-03:002016-08-01T17:08:29.702-03:00CAÇACaça
Galera, hoje, depois de muito tempo, volto a escrever neste blog. quero apresentar, para aqueles que não conhecem a página da EQUIPE JAVALI NO PAMPA (https://sites.google.com/site/pampajavali/home) copiem e colem no seu navegador caso não abra direto.
Sei que muita gente é contra a caça, mas vale a pena conhecer toda essa problemática que diversas regiões do país estão enfrentando devido a presença desta espécie exótica e invasora. Leiam, se interem do assunto do javali e leiam as próximas reportagens que colocarei sobre a caça e depois vamos discutir um pouco sobre este assunto que sempre exalta os ânimos de algum dos lados (daqueles que defendem ou daqueles que são contra a caça). Não espero que vocês já saiam emitindo opiniões, mas sim que sugiram leituras que mostrem os prós e contras da caça (não só no País, mas na América do Sul, do Norte, da Europa, Ásia). Aqui pro Brasil podemos focar no javali, já que é a espécie que mais está causando problemas atualmente.
Cassiano Romanhttp://www.blogger.com/profile/04941311780826276771noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344944574030689839.post-45454515066748606282015-03-03T10:47:00.001-03:002015-03-03T10:48:41.756-03:00VIDA DE PROFESSOR UNIVERSITÁRIO<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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EXCELENTE TEXTO RETIRADO DE https://marcoarmello.wordpress.com/2015/02/12/professor/ DO PROFESSOR MARCO.
VALE A PENA LER A LISTA DE COMENTÁRIOS ABAIXO DO POST NA PUBLICAÇÃO ORIGINAL.
BOA LEITURA
No Brasil, é comum ouvir bizarrices como “O Prof. Fulano reclama de dar aulas demais, mas o cargo dele é de professor, né?”. Ou seja, há muita confusão sobre quais seriam as reais atribuições de um professor universitário. Como esse é o cargo mais importante na carreira acadêmica, vale a pena dedicar um post inteiro a esclarecer essa questão.
É claro que, na prática, o que cada professor faz no dia a dia varia muito entre universidades. Na verdade, há uma enorme variação mesmo entre professores de uma mesma universidade. As atribuições também vão mudando, conforme se progride verticalmente na carreira: substituto > assistente > adjunto > associado > titular. Aqui não vou tocar em problemas como concursos-gincana, acomodação, estabilidade fácil, isonomia salarial, salário defasado em relação à inflação etc., que merecem outros posts. Vou focar no sentido maior do cargo.
Em outros idiomas e culturas, a diferença entre um professor universitário e outros tipos de professor fica clara já no vocabulário. Por exemplo, no inglês, o termo professor se aplica apenas ao professor universitário, enquanto teacher é o professor de escola e lecturer é o docente universitário, geralmente com doutorado, mas sem título de professor. Sim, nos EUA, Inglaterra e outros países, professor, mais do que um cargo, é um título. No alemão também se diferencia o professor universitário através do termo Professor, enquanto quem dá aulas em escolas é um Lehrer e quem dá aulas na universidade sem ter o título de professor é um Dozent. Não é uma questão de qual tipo de professor é melhor do que o outro, blablabla. Cada professor tem o seu papel no sistema educacional e todos são importantes. É apenas uma questão de diferenciar as carreiras e títulos, para se definir claramente o que se espera de cada professor.
Então o que diferenciaria o professor universitário dos outros? Simples: esse cargo foi inventado para ser ocupado por profissionais que associam pesquisa e ensino. Sim, essas duas atividades são indissociáveis no conceito original de professor universitário. Mas, por que, Marco? Porque espera-se que um professor universitário esteja sempre na vanguarda da sua área. Espera-se que ele atue na formação de profissionais de nível superior, ensinando-lhes não apenas o conhecimento já sedimentado, mas também as novidades e macetes. Para se formar em uma profissão de nível superior, o aluno tem que ser apresentado tanto aos fundamentos quanto à vanguarda. Acima de tudo, espera-se que um professor universitário produza ele mesmo algumas novidades. Sim, um professor universitário tem a obrigação não apenas de transmitir, mas também de produzir conhecimento. E a transmissão de conhecimento se dá principalmente em sala de aula, passando informações consolidadas para os aspiras, e também divulgando descobertas em revistas técnicas indexadas e revisadas por pares.
Então um professor universitário tem que fazer pesquisa também? Sim, claro! Ninguém se atualiza tanto em uma área, quanto alguém que precisa disso para fazer as próprias pesquisas, porque ama a ciência.
And the plot thickens… Pelas leis brasileiras federais e estaduais, a carreia de professor universitário envolve, em geral, cinco pilares:
Ensino: coordenação e participação em disciplinas de graduação e pós-graduação, presenciais ou à distância.
Pesquisa: investigação científica ou tecnológica para produção de conhecimento. Na verdade, a área da pesquisa envolve mais um monte de coisas além da investigação e publicação, como revisão de artigos, editoração de revistas científicas, organização de congressos, administração de sociedades científicas, consultoria para agências de fomento, assessoria à imprensa, assessoria política dentro da área em que é perito e muito mais.
Orientação: formação de novos cientistas através de estágios e projetos orientados de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado.
Extensão: assessoria e divulgação de conhecimento científico e técnico para o público externo à universidade através de consultoria, palestras, cursos, exposições, museus etc.
Administração: cargos de chefia em geral, cargos em órgão representativos da universidade (câmaras, conselhos, congregações), gerenciamento de projetos, captação de verbas externas, contabilidade, direção de laboratórios, etc.
Dependendo da universidade e do seu regimento interno, espera-se que o professor universitário envolva-se com no mínimo dois ou três desses pilares. Os melhores professores acabam se envolvendo com todos. O único pilar obrigatório é o ensino. Só fica desobrigado parcial ou totalmente de dar aulas quem ocupa altos cargos administrativos, como chefe de departamento, diretor de instituto, pró-reitor ou reitor. Significa que, na prática, nem todo professor universitário é obrigado a fazer pesquisa.
Vamos destrinchar um exemplo mais concreto: as universidades federais brasileiras. De acordo com a lei que rege essas instituições, o professor universitário “padrão” (sem cargo de chefia ou outras condicionantes) é obrigado a dar de 8 a 12 créditos por semestre. Cada crédito representa mais ou menos 15 h em sala de aula. Ou seja, o sujeito é obrigado a passar dentro de sala entre 120 e 180 h por semestre. Um professor dedicado, que de fato gasta tempo e energia com as aulas, precisa de no mínimo 2 h de preparação (slides, leituras, material biológico para aulas práticas, preparação de computadores etc.) para cada 1 h em sala. Vamos considerar que uma disciplina obrigatória de graduação tem 4 créditos (60 h) e costuma ser organizada de forma a ocupar 4 h em sala por semana. Logo, das 40 h de trabalho semanais determinadas por lei, o professor acaba passando pelo menos 12 h envolvido com a disciplina. Isso, fora as horas gastas com atendimento de alunos e correção de trabalhos. Assim, a conta pode facilmente chegar a 16 h por semana ocupadas com cada disciplina e piora na época das provas e entrega de trabalhos, se o professor não contar com ajudantes. Supondo uma turma com cerca de 60 alunos, imaginem a seriedade da ralação. E, já que o mínimo são 8 créditos, o que nós, professores, enfrentamos é isso vezes dois, pelo menos.
Para se ocupar com 2 disciplinas de 4 créditos por semestre, totalizando 8 créditos, e realmente ministrá-las com qualidade, o professor universitário não poderia se envolver com mais nada! A quem estamos enganando? A única forma de aliviar essa carga é através da ajuda de pós-graduandos que atuam como tutores e graduandos que atuam como monitores. Mas nem todo professor ou toda disciplina contam com o apoio de auxiliares. Os tutores remunerados conhecidos internacionalmente como “TAs” (teaching assistants), comuns nos EUA, Alemanha, França e UK, chegaram a ter uma versão brasileira temporária durante o Reuni. Só que o programa foi planejado para durar apenas cinco anos. Só para variar, nada é pensado a longo prazo neste país, tudo é paliativo, tudo é jeitinho.
Como alguém pode se dedicar de verdade à pesquisa de ponta tendo sobre os ombros o peso de uma carga didática massacrante como essa? Como alguém pode fazer extensão e atender de outras formas o mundo real fora da Academia, sendo obrigado a dar aulas igual a um burro de carga? Na verdade, como seria possível conciliar qualquer um dos outros quatro pilares da carreira com um ensino de qualidade em grande quantidade?
O Brasil tem um verdadeiro fetiche pela sala de aula! Em universidades de ponta, a carga semestral obrigatória do professor não ultrapassa 4 créditos. Na prática, os professores e alunos passam muito menos tempo em sala, justamente porque se dá mais valor à independência dos aspiras. O bom aluno do ensino superior gasta a maior parte do seu tempo estudando por conta própria, sozinho ou em grupo, através de tarefas orientadas ou leitura espontânea. O momento em sala com o professor na aula teórica (lecture ou Vorlesung) serve para apresentar ou consolidar o conteúdo principal, receber orientações, tirar dúvidas e passar tarefas. No Brasil, castramos a individualidade, a criatividade, a autonomia, a iniciativa e o livre pensamento, porque insistimos em adestrar os alunos em cativeiro.
Ok, estou divagando. Voltando ao ponto de vista do professor, dá para entender porque nunca chegaremos ao mesmo nível de qualidade em ensino e pesquisa do primeiro mundo? Ficou claro porque estamos fadados a enxugar gelo e ficar sempre dois passos atrás dos nossos colegas mais afortunados? Por favor, nunca mais diga que um professor universitário brasileiro não pode reclamar de dar aulas demais, porque “tem cargo de professor”. Isso é tão estúpido quanto dizer que um professor universitário que tem bolsa de produtividade está desrespeitando a dedicação exclusiva, porque é também “pesquisador do CNPq”.Cassiano Romanhttp://www.blogger.com/profile/04941311780826276771noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344944574030689839.post-19428569936801625212015-02-21T19:03:00.000-02:002015-02-21T19:03:16.767-02:00Zoos x Santuários<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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Texto retirado de http://www.oeco.org.br/convidados/28902-zoos-x-santuarios-uma-disputa-sem-futuro-e-sem-utilidade
Gostei do texto da Yara (Presidente da Sociedade de Zoológicos e Aquários do Brasil e Diretora Técnica do Parque das Aves).
Vale a leitura...
Qual a opinião de vocês quanto aos Zoológicos do Brasil?
Quando comecei a trabalhar em um zoo, tinha a impressão que todos os argumentos contrários à existência destas instituições vinham de pessoas que eram contra manter animais em cativeiro. Após assumir a presidência da Sociedade de Zoológicos e Aquários do Brasil (SZB), há quase dois anos, percebi que o que incomoda mesmo é o fato de termos um público, o que para os críticos significa que estamos explorando economicamente os animais. É bem interessante, pois 56% das 124 instituições no Brasil não cobra entrada.
Ao demonizar os zoos pelo papel de vilões capitalistas, sobram os pretensos "santuários" (não existe esta designação na legislação), que mantém também animais em cativeiro, mas vestidos com essa roupagem que mais parece funcionar como uma capa de invisibilidade e os torna praticamente imunes a críticas. Afinal, estão salvando os animais de nós, porcos capitalistas.
O que mais me impressiona é que as pessoas não se revoltam se os animais estão mantidos em condições inadequadas em santuários. Parece que eles têm um salvo-conduto que lhes permite transitar pelo universo de cativeiro sem serem julgados ou avaliados, pois representam "o bem". E o fato de que em santuários os animais também estão em cativeiro parece ser irrelevante para os que defendem sua existência.
Zoos trabalham com reprodução para a conservação, da qual dependem muitas espécies criticamente ameaçadas ou extintas na natureza. Temos exemplos no Brasil de duas espécies extintas na natureza que podem ser salvas por reprodução em cativeiro: a ararinha-azul e o mutum-de-Alagoas. Hoje, não existem ararinhas em zoos brasileiros, apenas em um criador particular, mas por muitos anos o Zoo de São Paulo integrou o programa. O programa de conservação do mutum-de-Alagoas agora terá a participação inicial de três zoos: Parque das Aves, Sorocaba e Bauru. Isso é uma contribuição direta dos zoos para a recuperação de uma espécie extinta na natureza.
Trabalhos de recuperação de espécies e ambientes custam caro. Manter animais em boas condições custa caro. Apoiar técnica e financeiramente projetos de conservação em campo tem um custo altíssimo. O que os zoos arrecadam é importante para cobrir estes custos. No mundo, zoos são o terceiro maior financiador de projetos de conservação.
Acho interessante o discurso "libertário" de instituições que acham que zoos não devem existir e que devemos soltar todos os animais (há cerca de 50 mil animais nos zoos brasileiros). Políticos oportunistas vez por outra propõem projetos de lei para transformar zoos em santuários. Este tipo de projeto costuma não ter pé nem cabeça e faz você pensar em que planeta de natureza intocada a pessoa vive. Quando os leio, piscam na minha frente duas palavras em um letreiro cheio de luzes: populismo e oportunismo.
Considerando que milhares de animais são apreendidos diariamente oriundos do tráfico e montes de animais são resgatados vítimas de acidentes de caça, maus tratos e atropelamentos e que são destinados para zoológicos, eu sempre pergunto para estas pessoas: qual é o plano? Para onde estes animais seriam levados? Quem cuida? Com que recursos? Qual seria o projeto para espécies ameaçadas na natureza ou mesmo extintas -- e que precisam ser reproduzidas em cativeiro -- terem uma chance de sobrevivência? Adoraria ler o projeto deles para o gerenciamento da fauna no país. Mas a questão é esta: geralmente não há projeto, só discurso. Não há trabalho de educação, ou ações concretas para impedir a retirada de animais da natureza, por exemplo, para comércio ilegal.
Ano passado os zoos do Brasil se engajaram em uma campanha para aumentar o número de usuários do Sistema Urubu, um aplicativo que pode ajudar a mapear os atropelamentos de fauna silvestre no Brasil e propor medidas mitigatórias de forma mais eficiente. Foi criado o Dia Nacional de Urubuzar, que teve a participação de cerca de 60 zoos, e que em um dia duplicou a quantidade de usuários do Sistema, de 5 mil para 10 mil pessoas.
Os pretensos santuários no Brasil, a não ser que eu esteja muito mal informada, não trabalham com recuperação de espécies. O foco é apenas em indivíduos, e não há nada que garanta que os animais por eles mantidos vivem melhor do que os animais de zoológicos. O conceito de santuário no Brasil só tem força porque tem como base a visão romântica e irreal que das pessoas que veem estes lugares como Shangri-lás, onde vivem felizes animais resgatados dos zoos. Por sua vez, esta visão só se sustenta porque não há público que possa avaliar as reais condições dos animais. Uma coisa meio no estilo "animais longe dos olhos, mas discurso apelativo perto do coração".
Tivemos recentemente circulando a notícia de que a justiça argentina teria aceito um pedido de habeas corpus para uma fêmea de orangotango que vive no Zoo de Buenos Aires há mais de 20 anos, sob o argumento de que ela sofre um "confinamento injustificado"....e que deveria ir para um esquema de "semi-liberdade", em um suposto santuário no Brasil. Isso não é semi-liberdade....é cativeiro da mesma forma, muitas vezes com recintos mais pobres em estímulo do que os zoos e com manejo questionável, onde os animais são alimentados com guloseimas variadas, que vão de feijoada a maionese, passando por marshmallow, tudo facilmente disponível em vídeos no Youtube.
Uma coisa é clara: a ausência de público não transforma um depósito de animais em santuário, e o que garante o bem-estar dos animais não é o isolamento das pessoas, e sim um bom manejo. Independente da instituição.
A presença de público permite ainda que só no Brasil, cerca de 20 milhões de pessoas por ano possam ser sensibilizadas para questões ambientais através do contato com animais.
Já vimos santuários questionarem a eficácia do enriquecimento ambiental feito pelos zoos. Imagino que precisam disso para manter vivo o "mito" do santuário, porque se eles aceitarem que técnicas de enriquecimento podem sim melhorar a vida de animais em zoos, eles desconstroem seu maior (e equivocado) argumento: viver em um zoo jamais pode ser bom para um animal.
Acredito que é necessária uma mudança de percepção: em vez de adotar uma postura pró ou contra zoos, que tal perceber que somos todos "pró-animais", e tentarmos juntos construir soluções eficientes? Essa batalha sem fim não agrega, não muda as coisas e divide esforços de quem poderia estar trabalhando de forma integrada. Além disso, tira o foco do problema real: como vamos melhorar nossas instituições?
Quem se preocupa com animais deve lutar para que as instituições que os mantém sob cuidados humanos tenham excelência no manejo e priorizem o bem-estar animal, já que o nome "santuário" não garante a qualidade de vida de animal nenhum.
A única coisa que a ausência de público visitante certamente garante é que fiquem longe dos "olhos" dos fiscais mais exigentes que uma instituição pode ter: os visitantes.Cassiano Romanhttp://www.blogger.com/profile/04941311780826276771noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344944574030689839.post-7817278806280990352014-12-12T15:20:00.004-02:002014-12-12T15:21:16.067-02:00A ciência básica é a base!Belas palavras de Marco Melo. Conseguiu me convencer!
A ciência básica é a base!
Publicado em 12/12/2014 por Marco Melo em http://marcoarmello.wordpress.com/2014/12/12/cienciabasica/
Inspirado por um artigo que saiu esta semana, resolvi fazer aqui uma defesa da ciência básica. Virou moda hoje em dia dizer que “toda pesquisa deve ter uma aplicação, senão é desperdício de dinheiro público”. Essa é uma enorme bobagem e eu vou mostrar porquê.
Vamos começar pelo básico: o que é a ciência? Essa é uma pergunta mais complexa do que parece e você vai encontrar mais de uma definição em diferentes fontes. Indo à raiz da questão, a ciência é uma cultura humana, assim como várias outras. Sendo mais específico, ela é uma das grandes culturas humanas transnacionais e transtemporais que visam entender o mundo. Nessa mesma categoria podemos incluir a religião, a arte e a filosofia. Ciência e filosofia são culturas muito próximas e a diferença entre elas é que a filosofia almeja entender o mundo através apenas do raciocínio lógico, enquanto a ciência visa entender o mundo contrastando o que você espera por lógica contra o que você observa de fato no mundo real. Pode-se dizer que a filosofia é a mãe da ciência, por ser mais antiga e lhe fornecer suas principais ferramentas de pensamento.
Partindo do princípio de que a ciência é uma cultura preocupada em entender o mundo através da comparação entre expectativa e realidade, vale dizer que isso pode ser feito de diferentes formas e com diferentes objetivos. É aí que podemos subdividir a ciência de acordo com a finalidade de cada pesquisa: ciência básica, ciência aplicada, ciência translacional, ciência de desenvolvimento e ciência estratégica. A ciência básica se preocupa em responder perguntas que nascem puramente da curiosidade de um cientista sobre como o mundo funciona. A ciência aplicada visa responder perguntas específicas sobre a aplicação do conhecimento científico, normalmente com a intenção de gerar tecnologia em um sentido amplo (desde medicamentos até televisores e métodos de ensino). A ciência translacional visa ajudar a criar pontes entre a básica e a aplicada, de forma a facilitar a criação de tecnologia. A ciência de desenvolvimento visa desenvolver produtos a partir de aplicações recém-descobertas. E, por fim, a ciência estratégica visa criar a base operacional e de negócios para usar o conhecimento científico a fim de resolver uma meta aplicada, confundindo-se em grande parte com a ciência de desenvolvimento.
A ciência básica quase sempre parece tolice aos olhos do leigo. Qual seria a finalidade, por exemplo, de se estudar a composição química da saliva de um morcego-vampiro-comum? Que diabos leva um desocupado a estudar como as lagartixas andam pelas paredes? Para que serve descobrir que tipo de ultra-som um morcego emite em diferentes situações de caça? Qual seria a motivação de um desocupado que estuda a maneira como formigas se orientam no chão de um cerrado? O que leva um sujeito a estudar a maneira como a tinta nanquim se espalha em um copo d’água? Por que alguns nerds se preocuparam um dia em saber se seria possível passear pela antiga cidade de Königsberg, passando por todas as suas pontes, mas sem repetir nenhuma?
Infelizmente, muito do que fazemos na Ecologia e outras ciências ambientais é visto pelo público geral como “trabalhar de fiscal da natureza”.
No entanto, pesquisas aparentemente etéreas como as mencionadas acima criaram as bases para uma infinidade de aplicações práticas que salvam milhões de vidas todos os anos e tornam melhor a vida de outros milhões de pessoas. Vamos usar como exemplo o caso das pontes de Königsberg. No começo do século XVIII, alguns nerds da cidade de Königsberg, na Prússia (que atualmente se chama Kaliningrad e fica na Rússia), ficaram encucados com essa questão das pontes. Resolver esse problema se tornou uma verdadeira mania na cidade, mas ninguém conseguia chegar a uma solução convincente. Em 1736, Leonhard Euler, um matemático suíço que vivia lá na época, matou a charada e, de quebra, criou a teoria de grafos. Essa nova teoria lançou as bases para a teoria de redes, que é uma verdadeira febre hoje em dia. Ou seja, o que começou como uma brincadeira de nerds, típico probleminha de contracapa de revista de curiosidades, deu origem a uma das teorias mais aplicáveis da história, que nos ajuda a planejar e gerenciar desde malhas de aeroportos até redes de computadores, programas de despoluição e medicamentos.
Se o problema das Sete Pontes de Königsberg tivesse surgido hoje em dia, e um desses nerds tivesse submetido um projeto sobre o tema para uma agência de fomento, provavelmente teria ouvido que a idéia era perda de tempo, pois não tinha aplicação prática. Pior ainda, se o nerd tivesse sido convidado para um talk show da moda, certamente teria que aturar uma humilhação pública promovida por um apresentador que provavelmente não abriu um livro sequer no último ano.
Quem poderia imaginar que, na saliva dos morcegos-vampiros, seriam descobertas substâncias que hoje são usadas em medicamentos para a circulação?
Quem poderia imaginar que um cientista italiano, lá no século XIX, descobriria que morcegos usam ultra-sons para se orientar no escuro, e que essa descoberta fundamentaria tecnologias como o sonar de navios e o ultra-som médico?
Quem poderia imaginar que as idéias desenvolvidas por nerds brincando de jogar tinta em copos d’água dariam origem à teoria da percolação, usada para resolver um mundo de problemas práticos, que vão desde a descontaminação de áreas onde houve derramamento de óleo até o controle de epidemias?
Existem centenas de exemplos como os apresentados acima. Praticamente todas as grandes descobertas da humanidade, que mudaram nossa forma de nos vermos e vermos o mundo, nasceram a partir de pesquisa básica, orientada apenas pela curiosidade de um cientista. É claro que precisamos fazer também ciência aplicada, de desenvolvimento, translacional e estratégica. Essas abordagens são essenciais para salvar e melhorar a vida das pessoas. Mas não podemos nunca nos esquecer de que, para ser possível aplicar um conhecimento, primeiro é preciso que ele seja gerado (como aplicar o que não se sabe?).
O fato é que a modinha politicamente correta de desvalorizar a ciência básica tem graves consequências. Por exemplo, os taxonomistas, biólogos que classificam os seres vivos em espécies, estão em extinção, porque as agências de fomento acham que o dinheiro público é melhor empregado em pesquisas com aplicação mais clara. O fato é que a Taxonomia é base de toda a Biologia: sem uma boa classificação dos seres vivos não se faz mais nada. Vários outros ramos da ciência básica, em diferentes áreas, também estão em perigo. A situação é ainda mais séria em países que vivem sob ditaduras assumidas ou veladas, nas quais o líder ou um comitê qualquer de burocratas se outorgam o direito exclusivo de decidir quais pesquisas podem ou não ser feitas.
O que mais me assusta é notar que até mesmo alguns cientistas compram o discurso falacioso de que toda pesquisa precisa ter uma aplicação prevista a priori. Sempre foi comum ouvir esse argumento falacioso entre leigos, mas ouvi-lo de cientistas já é demais. Seja por estupidez ou competitividade (afinal de contas, os “aplicados” ficam com a maior fatia do bolo), isso é um verdadeiro tiro no pé. Quero ver os colegas que se acham melhores do que os outros só por fazerem pesquisa aplicada manterem linhas de investigação realmente inovadoras e relevantes sem lerem os papers da ciência básica.
Para quem ainda acha que os “fiscais da natureza” fingem que trabalham e apenas passeiam para floresta, estudando a patinha do besouro e sua relação com o sexo dos anjos, recomendo fortemente visitar sites como o do Instituto de Biomimetismo e rever seus preconceitos. As aplicações do conhecimento biológico de base são infinitas. E mais descobertas impactantes só serão feitas, enquanto cientistas curiosos e bem-treinados tiverem liberdade suficiente para estudar suas “questões intangíveis”.
Pensamento final: “se raiz forte, bonsai forte” (Myagi 1986).
Extraída de http://marcoarmello.wordpress.com/2014/12/12/cienciabasica/
Cassiano Romanhttp://www.blogger.com/profile/04941311780826276771noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344944574030689839.post-55046901561686841052014-09-04T22:08:00.000-03:002014-09-04T22:08:13.147-03:00Critérios de produtividade na avaliação acadêmica levantam críticas sobre os rumos da ciênciaESSA REPORTAGEM FALA DE MUITA COISA QUE FEZ PERDER O TESÃO PELA VIDA ACADÊMICA. MUITAS OUTRAS PESSOAS TAMBÉM FAZEM SEVERAS CRITICAS A ESSE PROCESSO DE AVALIAÇÃO EXISTENTE HOJE. SEM FALAR QUE UM PROFESSOR, EM UMA UNIVERSIDADE TEM QUE SER PESQUISADOR, ADMINISTRADOR (DE LABORATÓRIOS, CURSOS, PROGRAMAS E PESSOAS), RESPONSAVEL POR PROGRAMAS DE EXTENSÃO E, POR ULTIMO, PROFESSOR. NÃO É NADA FÁCIL! ENFIM, LEIAM ESSA REPORTAGEM PUBLICADA EM http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/planeta-ciencia/noticia/2014/07/criterios-de-produtividade-na-avaliacao-academica-levantam-criticas-sobre-os-rumos-da-ciencia-4556579.html E TIREM SUAS CONCLUSÕES.
SE QUISEREM COMENTAR ALGO O BLOG ESTA A DISPOSIÇÃO DE TODOS.
ABRAÇO
A última edição do British Medical Journal discute se fraudes na pesquisa devem resultar em prisão. A radicalidade da sugestão ecoa a crescente preocupação com a impostura científica, cujos desdobramentos não raro desembocam em escândalo. Publicada na revista Nature em janeiro, a descoberta de uma técnica para transformar células adultas em pluripotentes, capazes de se diferenciar em qualquer outro tipo de tecido, foi retratada após meses de polêmica.
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O falso pulo do gato: meia hora banhadas em ácido e cinco minutos em uma centrífuga induziriam as células a uma condição análoga à das células-tronco embrionárias, prontas para virar tecido ósseo, cerebral e cardíaco, e tudo isso sem alertar o sistema imune contra invasão. Laboratórios não conseguiram reproduzir o experimento, e em abril o instituto Riken, no Japão, acusou a líder do projeto, Haruko Obokata, de falsificação intencional. Além de mostrar “desleixo” no registro dos testes, Obokata editou imagens de DNA para que seus resultados parecessem melhores do que de fato eram.
O instituto concluiu que faltava a Obokata “não apenas a noção de ética na pesquisa, como integridade e humildade enquanto cientista”. O vexame lançou a Nature em uma revisão de procedimentos para aceitação de artigos “para garantir que as verbas governamentais não sejam desperdiçadas e a confiança dos cidadãos na ciência não seja traída”.
Mas o problema pode ser menos particular do que o instituto e a revista sugerem. De acordo com pesquisadores da Faculdade de Medicina Albert Einstein, em Nova York, a retratação de artigos fraudulentos aumentou em 10 vezes desde 1975.
- Por quê? É mais fácil achar desvios em meio eletrônico, mas a pressão também aumentou para que os pesquisadores publiquem rapidamente e com o maior impacto possível para garantir financiamento e promoções. Agora temos um indexador individual de produtividade que não escapa a empregadores e comitês de promoção - aponta Julian Crane, da Universidade de Otago (Nova Zelândia), ao fundamentar a sua rejeição à criminalização das fraudes.
No ano passado, o americano John Bohannon mostrou na Science o que aconteceu quando ele enviou um artigo sem pé nem cabeça para 304 revistas científicas: 157 delas aceitaram. Assinado por um autor fictício de nome estapafúrdio (Ocorrafoo Cobange), o trabalho vinha de uma universidade que também está para ser achada no mundo real: o Wassee Institute of Medicine, sediado em Asmara, não existe fora da imaginação de Bohannon.
- Revistas científicas de acesso aberto se expandiram a uma indústria global, movida por taxas para publicação em vez de inscrições tradicionais - explicou Bohannon.
No Brasil, de olho em alavancar o seu “fator de impacto” (F.I., baseado na quantidade de citações de artigos publicados nos periódicos), quatro revistas científicas foram enquadradas no ano passado em um esquema de “citação cruzada”: uma cita a outra, que cita a próxima, e assim sucessivamente, até que todas pareçam muitíssimo relevantes. O quarteto ficou de castigo: F.I. suspenso por um ano.
Editor da Clinics, Maurício Rocha e Silva foi afastado do cargo, alegando ao periódico Nature que o esquema derivou da frustração com os critérios da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), do Ministério da Educação, cujas políticas de ranqueamento baseadas no F.I. dificultariam o crescimento de revistas pequenas ou recém-lançadas, sempre preteridas pelos pesquisadores.
MERITOCRACIA?
Randy Schekman, Nobel de Medicina de 2013, chamou recentemente as renomadas revistas Nature, Science e Cell de “tirânicas”, veículos de critérios menos científicos do que mercadológicos, que valorizariam feitos “chamativos” e temas “da moda”. Nobel de Física de 2013, Peter Higgs também andou reclamando, por entender que, conduzisse hoje os seus estudos, seria demitido por falta de produtividade. Para fechar o carreto dos nobéis rebéis, um dos premiados em 2002 na categoria Medicina, Sydney Brenner, diz que “agora temos laboratórios que não funcionam como os de antigamente, onde as pessoas eram independentes e perseguir as suas próprias ideias”.
Em entrevista concedida à revista britânica King’s Review, Brenner cogita que Fred Sanger, cientista fundamental na façanha de sequenciar o RNA e o DNA, “não sobreviveria no mundo da ciência de hoje” pois logo ganharia a pecha de - adivinhe lá - improdutivo. De acordo com Brenner, os pesquisadores agora devem seguir uma rota estreita e previsível porque “os burocratas da ciência não querem correr riscos”.
Algumas das críticas mais contundentes ao sistema brasileiro têm sido assinadas pelo professor Renato Santos de Souza, do programa de Pós-Graduação em Extensão Rural da UFSM. Em artigos bastante difundidos na internet, ele diagnostica uma “doença da normalidade” no mundo acadêmico, tomado que estaria por um combo nocivo de burocracia e meritocracia.
- Há uma insana corrida por publicar, não importando o quê, como forma de alimentar currículos. É mais seguro produzir “mais do mesmo”, reproduzir, com pequenas modificações, aquilo que já vem sendo pesquisado e publicado. Ou seja, a lógica também é produzir em grande escala produtos (neste caso artigos) com baixo custo e baixo risco - afirma o professor, comparando a produção de conhecimento hoje ao modelo industrial fordista.
De acordo com Souza, “a estrutura institucional, com suas normas, critérios de avaliação, distribuição de recursos e reconhecimento profissional que induz a esta forma de produção, cujo produto é o artigo, e não o conhecimento em si” estimula que pesquisadores, professores e alunos se tornem “burocratas comportamentais”. O privilégio da quantidade sobre a qualidade faria com que os meios se tornassem “fins em si mesmos”.
- Já participei como avaliador de processos para bolsas de iniciação científica em que a consistência e relevância do projeto submetido representava menos de um centésimo da pontuação que a maioria dos candidatos alcançavam. O restante era a produção bibliográfica dos currículos dos pesquisadores - conta Souza.
A universidade espelharia, portanto, a “lógica organizacional e institucional altamente estruturada” representada no país pela CAPES e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
De acordo com o CNPq, "a ciência mundial se expressa fundamentalmente por meio de artigos científicos publicados em revistas especializadas com revisão por pares seletiva, uma sistemática que permite não apenas oferecer controle de qualidade da ciência produzida como também provê ampla divulgação de novos achados, permitindo o avanço mais rápido e profundo nas fronteiras do conhecimento".
O órgão destacou também que "a produção acadêmica deve ser avaliada em suas múltiplas facetas, e no quesito publicações deve ser dado destaque à qualidade e relevância dos artigos científicos, e não apenas à quantidade". Segundo o CNPq, os seus comitês julgadores "são orientados a avaliar a contribuição científica, tecnológica e de inovação. Para tal, no Curriculo Lattes do CNPq os pesquisadores possuem campos para incluir sua produção tecnológica, tais como produtos, processos, patentes, registros, dentre outros."
Também contatada, a CAPES informou que não poderia atender à reportagem em tempo hábil.
(DES)PRESTÍGIO POLÍTICO
A chanceler alemã Angela Merkel já perdeu dois ministros enredados em acusações de plágio. Em 2011, o dono da pasta da Defesa, Karl-Theodor zu Guttenberg, renunciou quando acharam 130 páginas suspeitas em sua tese de doutorado em Direito. Já a confidente de Merkel, a ex-ministra da Educação Anette Schavan, pediu demissão em fevereiro do ano passado, após acusações de plágio levarem à cassação do seu diploma de doutorado pela Universidade de Dusseldorf.
Mais recentemente, em abril, o ministro de Cooperação e Desenvolvimento, Gerd Müller, sofreu nas mãos do “caçador de plágios” Martin Heidingsfelder, que foi buscar em uma tese de 25 anos atrás evidências de que Müller se valeu de ideias alheias para emplacar o seu trabalho na Universidade de Regensburgo.
Se os teutônicos não perdoam a gambiarra científica, na Rússia um título de Doutor é tão solene que, no afã de alcançar tal prestígio, deputados, procuradores, ministros e até um sacerdote já estiveram entre os suspeitos de plágio. Não à toa, há russos de espírito detetivesco dedicando os seus dias a rastrear artigos assinados por políticos e celebridades.
Após investigação de poucos meses, o grupo Dissernet revelou cerca de mil teses de famosos que, em alguns casos, sequer haviam lido o que assinaram. O governador da região de Tula, Vladimir Gruzdev, foi acusado de copiar praticamente todas as 182 páginas de sua tese, reservando-se o pudor de tirar do próprio tino uma introdução e um título.
Uma petição online reuniu milhares de assinaturas contra o advogado Pavel Astakhov, delegado do Kremlin para os direitos das crianças, acusado de copiar textos sem citar a fonte. O blogueiro Viktor Levanov, munido do sistema Antiplagiat, farejou quase 20% de frases roubadas em uma monografia da secretária de Estado e vice-ministra da Educação, Natália Tretiak. Não ficou barato nem para o reitor da Universidade Pública de Volvogrado, Oleg Inshakov, que teria copiado quase 6% do texto que culminou em um trabalho sobre gestão de crise com o uso da tecnologia. Causou surpresa aos russos, portanto, quando o Antiplagiat descobriu que uma tese do ministro da Educação, Dmítri Livanov, era completamente original.
Cassiano Romanhttp://www.blogger.com/profile/04941311780826276771noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344944574030689839.post-63322267748004207922014-05-05T17:37:00.002-03:002014-05-05T17:37:08.568-03:00<b>Contagem descobre grande população de onças em região do MT</b>
Pesquisadores do projeto Bichos do Pantanal estão fazendo a contagem de onças-pintadas que habitam todo o corredor pantaneiro na região de Cáceres (MT). Já identificaram 54 animais diferentes em uma faixa de 300 quilômetros às margens do rio Paraguai, próximo à Estação Ecológica Taimã.
Nas décadas de 70 e 80 as onças praticamente sumiram do bioma pantanal, por causa da intensa comercialização internacional de peles para a moda. “Fiquei muito surpreso com essa contagem, porque isso já pode ser considerada uma grande população desse felino que está aumentando nos últimos anos”, comemora o americano Douglas Trent, que é coordenador de pesquisas do projeto Bichos do Pantanal.
Segundo ele, ativistas ambientais tiveram uma função primordial para coibir a caça voltada apenas para a extração da pele e as pessoas de modo geral estão mais conscientes que biodiversidade é patrimônio. “A onça continua na moda, só que apenas o desenho delas e isso é muito bom!”
A onça-pintada é um dos principais símbolos do pantanal, a maior planície inundável de água doce do mundo. Mais do que ser um símbolo, é o maior predador da região e, portanto, uma espécie indicadora de equilíbrio e saúde ambiental em todo o bioma.
Douglas estuda os animais há 34 anos e é um apaixonado pela fauna brasileira, suas peculiaridades e beleza exuberante. Ele explica que cada onça tem um padrão de pintas na testa. “Olha que incrível! É como se fosse a digital delas”, compara o especialista. Sendo assim, é possível fazer a contagem à distância de forma menos invasiva do que outros métodos, que usam, por exemplo, tiro com tranquilizante para imobilizar os alvos. Nesse caso, basta fazer a foto.
Por isso mesmo que todo mundo pode colaborar com a contagem. Turistas e outros pesquisadores já estão usando um aplicativo, o íNaturalis, hospedado no site do projeto, mandando fotos via mídias sociais, como facebook, por exemplo. O sistema é preparado para filtrar possíveis informações erradas.
Dessa mesma forma estão sendo contadas as baleias francas em Santa Catarina e os macacos muriquis em Minas Gerais.
Equilíbrio natural – Na falta de onças, outros animais pantaneiros, como veado e a capivara, por exemplo, proliferam muito e devastam a flora local. Isso muda a ordem natural das coisas e o cenário pantaneiro.
“Por isso que preservar a onça, mantê-la sossegada em sua vida, é o mesmo que preservar o pantanal, da forma como ele é”, explica o pesquisador Douglas. “Esse bioma esteve em equilíbrio por mais de 15 milhões de anos. Não podemos deixar que isso acabe agora.”
Por outro lado, a superpopulação de onças também pode causar problemas, como ataques a humanos que vivem próximos. Um caso em 2008 chamou a atenção para isso. Um pescador, chamado Alex, vivia da venda de iscas para barcos-hotéis da região, que promovem a pesca turística.
“Naquele dia ele tomou muita cachaça em um barco e voltou bêbado para um acampamento que montaram, ele e o pai, em um local onde duas onças frequentavam próximo à Estação Taiamã”, conta o pesquisador.
“Onça é um felino. Não sei se você tem gato em casa, mas se tem vai saber que gato é assim: se você o trata bem, ele te tolera. Se você o trata mal, ele não esquece. Mais cedo eles haviam espantado essas onças com foguetes barulhentos, mas elas voltaram, neste caso, por instinto e atacaram o pescador. O pai dele só ouviu um grito. Depois disso, voltou ao barco e juntou cerca de 20 homens para resgatar o corpo do filho. Quando chegaram lá, as duas onças estavam se alimentando dele. Eu vi as fotos, para não querer ver nunca mais”, relata Douglas, que, por força do ofício, já esteve próximo a elas diversas vezes.
Ele lembra ainda que as onças-pintadas são importantes também para o turismo local. Embora isso ainda seja bem mais incipiente no Brasil do que na Europa por exemplo. “Aqui recebemos 6 mil turistas por ano. A Espanha recebe 55 mil”, compara o pesquisador.
O projeto Bichos do Pantanal é realizado Instituto Sustentar de Responsabilidade Socioambiental com patrocínio da Petrobras. (Fonte: Terra)
Cassiano Romanhttp://www.blogger.com/profile/04941311780826276771noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344944574030689839.post-1674219093854369962014-05-02T11:22:00.002-03:002014-05-02T11:22:39.889-03:00Justiça do Mato Grosso suspende licença prévia da Usina Hidrelétrica São Manoel, no Rio Teles PiresPara aqueles que ainda acham que Licenciamento Ambiental não serve pra nada...vejam a matéria mais abaixo.
Concordo sim com as reclamações de muitos que falam que é um processo lento e moroso, muitas vezes burocrático, porém são estudos ambientais baseados em metodologias científicas, geralmente formulados e aplicados por pessoas que estudaram diversos anos para tal e não em interesses políticos (como está sendo proposto por integrantes do governo). Estes estudos relacionam a fauna, a flora, as pessoas que vivem no entorno de uma área que será afetada e muitos outros pontos, é um trabalho que envolve dezenas e dezenas de pessoas para coletar dados e posteriormente interpreta-los, dessa forma tenta-se projetar o que ocorrerá em toda a zona de entorno de empreendimentos de grande porte (tal qual hidrelétricas - que falam sempre em energia limpa - na verdade é uma energia limpa mesmo, porém a maioria das pessoas não percebe o quanto se destroi para a formação de um grande lago de armazenamento, as consequencias ambientais da formação desse lago, a remoção de diversas comunidades, até de cidades inteiras). Surge como obrigatório pensar-se em alternativas de produção de energia e aqui falo em energia eólica e solar, e esquecer essa ideia de fazer grandes barragens que afetam todo um ecossistema e muitas vezes levam embora belezas cênicas que nunca mais serão vistas (exemplo disso são as hidrelétricas no Rio Uruguai, onde um famoso ponto turístico chamado Estreito do Uruguai já desapareceu no inicio dos anos 2000 e agora querem afundar com o Salto do Yucumã, no noroeste gaúcho).
Eu, como Consultor Ambiental, especialista em um grupo de fauna, afirmo sem ressalvas, que para instalação de empreendimentos de grande porte, é inadmissivel que não existam estudos ambientais que façam um levantamento de dados e interpretação dos resultados, com o objetivo principal de mitigar os impactos que este empreendimento causará e qual o papel do empreendedor para compensar essas perdas.
A ideia destas postagem é de gerar um debate, diante disso espero opiniões de vocês leitores, para que possamos melhorar nossas ideias e crescer sempre.
Abraço a todos.
<b>A Justiça Federal do Mato Grosso suspendeu o licenciamento da Usina Hidrelétrica São Manoel, no Rio Teles Pires. O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) deve suspender a licença prévia que concedeu ao empreendimento, sob pena de multa de R$ 500 mil, de acordo com a liminar pedida pelo Ministério Público Federal (MPF).
Em sua decisão, o juiz Ilan Presser, da 1ª Vara de Cuiabá, aponta que os estudos de impacto ambiental da usina mostram que a obra atingirá as terras indígenas Munduruku, Kayabi e Apiaká do Pontal. Nesta vivem indígenas que optaram pelo isolamento voluntário como estratégia de sobrevivência, “É inadmissível a imposição da aceleração de um procedimento complexo de licenciamento, que ignore os impactos socioambientais sobre as comunidades com povos indígenas isolados”, avalia o juiz.
A Justiça também chamou a atenção para o fato de que não se trata de apenas uma usina, mas de um conjunto de empreendimentos que podem mudar a região inteira. O complexo hidrelétrico do Rio Teles Pires prevê sete barragens.
Reportagem de Sabrina Craide, da Agência Brasil, no EcoDebate, 02/05/2014</b>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitka1LoZ6pB73-klnDbqoE7J1MCyT4Tuk_7iJKaR_nMvAfAf5Smg7JM4dkau2kDtW7e1oPhWBofej4egCv8ctzc8-sKZ8u68f0igkJ7qdMgf7xSD6mgMU7m_JySItaNpQ8z4lnRAnxaKuW/s1600/150813_telmamonteiro1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitka1LoZ6pB73-klnDbqoE7J1MCyT4Tuk_7iJKaR_nMvAfAf5Smg7JM4dkau2kDtW7e1oPhWBofej4egCv8ctzc8-sKZ8u68f0igkJ7qdMgf7xSD6mgMU7m_JySItaNpQ8z4lnRAnxaKuW/s320/150813_telmamonteiro1.jpg" /></a></div>Cassiano Romanhttp://www.blogger.com/profile/04941311780826276771noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-4344944574030689839.post-12630315799651569122014-04-26T15:15:00.001-03:002014-04-29T17:33:58.587-03:00Puma concolor registrado no norte gaúchoDepois de quase um ano sem postar nada no blog resolvi noticiar para todos vocês, que algum dia olharam esse blog, um registro que me surpreendeu e me deixou bastante contente, o registro visual de um Puma concolor (puma, leão-baio, suçuarana, onça-parda)nas imediações do municipio de Erechim, norte do Rio Grande do Sul. Estive no local para tentar visualiza-lo, porém ele já havia descido de um Eucalipto de mais de 30 metros de altura e voltado para seu ambiente natural. A aréa que o indivíduo foi acuado por cães é um pequeno talhão de Eucaliptus nas imediações da cidade. Conversei com diversas pessoas que presenciaram o fato, inclusive o dono dos cães, que relatou que estava em busca de pinhões em uma área nativa (nas proximidades da plantação de Eucaliptus)quando seus cães começaram a latir e se distanciaram em direação ao talhão. O senhor continuou sua coleta e na volta percebeu que os cães continuavam latindo e olhando pra cima da árvore, ao olhar na mesma direção avistou o Puma entre os galhos. Diversas pessoas foram até o local (populares, Policía Militar, Bombeiros) para visualizar o animal. O que me foi relatado é que os bombeiros (prudentemente) acharam por bem retirar os cachorros, isolar a área e deixar que o puma descesse e voltasse para seu habitat. Gostaria de parabenizar pela atitude, na certeza de que essa foi a melhor escolha, preservando a vida do animal. Prudentemente, está sendo informado nas mídias locais, algumas orientações em caso de novo encontro com esse belo exemplar de Puma concolor (http://auonline.com.br/web/noticia.php?noticia=6252:orienta%C3%A7%C3%B5es-importantes-sobre-o-felino-que-apareceu-hoje-em-erechim).
É um ótimo registro para a mastofauna gaúcha e espero que ele consiga sobreviver por muito tempo, aqui na região ou então em qualquer outro lugar que ele encontre condições adequadas.
Para visualizar algumas fotos acesse http://auonline.com.br/web/noticia.php?noticia=6246:animal-silvestre-em-extin%C3%A7%C3%A3o-subiu-em-%C3%A1rvore-para-fugir-dos-c%C3%A3es
Em breve pretendo postar um vídeo que foi feito hoje pela manhã.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEja01VYiSlIK16SgtVzKQF64bM70I_EvAYgKZ6XSgb8IBLsvb9AYfTG0HOlwc3CgNevqRz8k_yWv3LbniFEz4AxrV10cijNaQDdeYkYuXhVvqCaWI4a4Xmqoy4K9sA05c-utib0CnfdDcPR/s1600/Puma+erechim.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEja01VYiSlIK16SgtVzKQF64bM70I_EvAYgKZ6XSgb8IBLsvb9AYfTG0HOlwc3CgNevqRz8k_yWv3LbniFEz4AxrV10cijNaQDdeYkYuXhVvqCaWI4a4Xmqoy4K9sA05c-utib0CnfdDcPR/s400/Puma+erechim.jpg" /></a></div>
Vejam o video....................
<a href="http://auonline.com.br/web/noticia.php?noticia=6246:video-mostra-puma-que-subiu-em-%C3%A1rvore-para-fugir-dos-c%C3%A3es"></a>
Cassiano Romanhttp://www.blogger.com/profile/04941311780826276771noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4344944574030689839.post-59211734115282416932013-06-14T13:52:00.001-03:002013-06-14T13:52:04.308-03:00A importância da humildade na carreira científica<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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Texto retirado do blog
Sobrevivendo na Ciência
Blog com dicas para quem está começando na Ciência
<a href="http://marcoarmello.wordpress.com/2013/04/16/a-importancia-da-humildade-na-carreira-cientifica/"></a>
A importância da humildade na carreira científica
Publicado em 16/04/2013
A vaidade faz parte da natureza humana, assim como diversos outros sentimentos, sendo impossível classificá-los como absolutamente positivos ou negativos sem antes dar-lhes um contexto. Contudo, todo sentimento, quando em excesso, certamente traz prejuízos, principalmente para a própria pessoa. É o caso da vaidade, talvez o calcanhar de Aquiles de muitos cientistas e outros profissionais que seguem carreiras intelectuais. Em tempos de competição exacerbada, em que o individualismo impera, resolvi escrever sobre a vaidade acadêmica, a fim de dar um toque para quem está ingressando no Caminho do Cientista. A vaidade é o pior veneno para um neófito, tendo o potencial de cortar pela raiz uma carreira que poderia vir a ser brilhante.
Como já dizia o Mestre Yoda, “a vaidade se tornou uma falha comum entre os Jedis”. Na verdade, os cientistas sempre tiveram a fama de serem vaidosos e egocêntricos, mesmo que isso não seja verdade para a maioria de nós. Em parte essa fama vem do ciúme que outras pessoas sentem de quem trabalha em profissões de alto nível, incluindo aí não só os cientistas, mas também artistas renomados, empresários de sucesso, grandes estadistas, sacerdotes importantes etc. Geralmente, anões intelectuais fazem de tudo para trivializar as conquistas dos gigantes.
Só que, por outro lado, existem de fato muitos cientistas que acham que a Terra gira em torno dos seus umbigos. São pessoas tão vaidosas, que chegam até mesmo a desmerecer idéias brilhantes, apenas porque são contrárias às suas. Ou, quando esses caras têm algum poder político real, chegam a boicotar quem não segue sua cartilha. Geralmente colegas assim têm teorias e hipóteses de pelúcia e gostam de pensar que a natureza tem que seguir as leis que eles mesmos criam.
Esse é o caso de alguns cientistas já estabelecidos. Alguns deles têm talento de fato, mas a arrogância os torna míopes ou até mesmo cegos. Sem saber, eles boicotam a si mesmos, pois sua cabeça dura fica impermeável a novidades e descobertas. Quando menos percebem, já estão estagnados na carreira. Se tinham algum renome no início, a partir desse ponto começam a perder importância gradualmente e a sua imagem vai se apagando até eles caírem no limbo da irrelevância acadêmica e se transformarem em peças de museu. A arrogância mata carreiras que chegaram a ser ou poderiam ter sido brilhantes. De que adianta ter emprego garantido, se o professor narcisista vira uma espécie de zumbi acadêmico?
Só que a arrogância é muito mais prejudicial para os padawans, que estão começando a carreira. Neste artigo, tento alertar os neófitos sobre o problema, porque para eles ainda há esperança, já que cavalo velho não aprende truque novo.
Nos anos de treinamento científico, quando passamos pela iniciação, o mestrado e o doutorado, devemos trabalhar muito para desenvolvermos as habilidades naturais que porventura tenhamos. É a famosa Regra das Dez Mil Horas, sobre a qual já falei antes (ok, o número exato de horas varia de pessoa para pessoa, mas a idéia da necessidade de um esforço gigante no começo da carreira corresponde bem à realidade).
Aí é que está a pegadinha. Quem, seja lá por qual razão for, começa a pensar que já é um cientista pronto antes de o ser de fato, acaba relaxando e não se dedicando à própria formação o tanto quanto deveria. É aquela velha mentalidade tosca do “isso aí é muito fácil, não preciso estudar”. Meu chapa, mesmo os supostos gênios tiveram que estudar os respectivos assuntos de interesse a fundo e praticar, praticar e praticar, antes de despontarem naturalmente como outliers! Ninguém vira gênio ou expert só através do talento: é preciso treinamento e prática também.
Infelizmente, essa terrível falha de caráter chamada “vaidade cega” se tornou um problema de enormes proporções, pois vivemos num tempo de competição exacerbada, que começa já no berço (leia-se iniciação científica). O mundo acadêmico oferece muito mais oportunidades agora do que há uns 10 anos, porém o número de pessoas interessadas nessas oportunidades cresceu ainda mais. É um mundo lotado de cientistas competindo por bolsas, empregos e grants.
Vejo padawans, ainda não graduados, já se achando autoridades em assuntos que mal começaram a estudar. São pessoas imaturas e tolas, que participam obsessivamente de seminários ou redes sociais só para desdenhar o trabalho alheio, sendo blindados contra críticas direcionadas a eles próprios. Para reconhecê-los, pense naqueles coleguinhas que sempre fazem perguntas em qualquer tipo de apresentação, mesmo quando essas perguntas não acrescentam nada ou são até mesmo capciosas (é óbvio que ter curiosidade é essencial para um cientista, mas aqui estou me referindo àqueles que não perguntam compulsivamente por curiosidade, mas por vaidade). Pense também nos coleguinhas que nunca têm algo de positivo a dizer sobre colegas e professores. São aqueles sujeitos que parecem andar ao mesmo tempo com o nariz empinado e uma nuvem negra sobre a cabeça. Esses Anakins Skywalker, que muitas vezes ainda nem sabem manejar direito um sabre de luz, julgam-se mestres jedi logo após tomarem as primeiras lições. Isso também acontece com alguns, depois de lerem meia dúzia de papers ou, pior, quando ganham prêmios obscuros oferecidos em eventos pequenos, que têm algum significado apenas dentro de um círculo científico muito, muito específico (isso, se tiverem mesmo algum significado), mas que mesmo assim têm o poder de elevar jovens egos às nuvens. Vejo até mesmo alunos de iniciação científica posando de autoridades em redes sociais e sendo extremamente agressivos com os colegas, provavelmente numa tentativa de conquistar espaço na base do grito. Esse tipo de elemento eu chamo de “cientista pequinês”. Geralmente, isso tem uma certa correlação com ser um “aluno feral“.
Além da importância do treinamento e da prática, que não canso de ressaltar aqui neste blog, devemos considerar também a importância da experiência. Mesmo se você tiver talento, já tiver recebido treinamento e já tiver praticado as suas dez mil horas, mantenha sempre a sua mente aberta. Ouça quem já trilha o Caminho do Cientista há mais tempo. Antes de criticar os mais velhos, seguindo o calor da juventude, preste atenção ao que eles dizem; não tente reinventar a roda. Muitas vezes, a experiência leva os seus colegas mais velhos a enxergarem ângulos de um determinado tema que você nem sonhava existirem. Não estou dizendo que idade (não a biológica, mas a científica) é sinônimo de sabedoria. Mas idade quase sempre é sinônimo de experiência. Respeite os mais velhos e suba nos ombros dos gigantes, se quiser enxergar mais longe.
Portanto, colega neófito, se você ainda estiver em treinamento, tenha humildade. Ouça, peça conselhos, preste atenção, tenha paciência. Se você fizer o seu dever de casa com capricho, um dia será naturalmente reconhecido pelos seus pares. Estou dizendo isso para o seu próprio bem.Cassiano Romanhttp://www.blogger.com/profile/04941311780826276771noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344944574030689839.post-4511706824223397112013-05-21T10:57:00.002-03:002013-05-21T11:27:34.168-03:00 Golfinhos treinados pela Marinha dos EUA encontram torpedo raro Modelo achado no Oceano Pacífico tem mais de 120 anos. Militares usam sonar dos animais para detectar minas no mar.
Golfinhos treinados pela Marinha americana para rastrear objetos no fundo do mar encontraram um raro torpedo de mais de 120 anos de idade no Oceano Pacífico, perto da costa da Califórnia. As informações são do jornal “The Los Angeles Times”.
Como possuem sonares muito sensíveis, os militares dos EUA apostam nesses mamíferos aquáticos como uma alternativa para localizar minas marítimas que nem mesmo equipamentos caríssimos podem detectar.
O torpedo encontrado por um par de golfinhos é do raríssimo modelo Howell, do qual apenas 50 foram produzidos entre 1870 e 1889. Feitos de latão, com comprimento de pouco mais de 3 metros, eles foram considerados revolucionários por não deixarem rastro sobre a água, atingindo seu alvo de surpresa, numa época em que os EUA se esforçavam para afirmar supremacia nos oceanos.
Mas logo sua tecnologia foi copiada por um concorrente e o modelo deixou de ser produzido. Até então, havia apenas um exemplar remanescente num museu da Marinha americana. Agora, com o feito dos golfinhos, são dois torpedos Howell conhecidos, ao todo.
A Marinha dos EUA treina cerca de 80 golfinhos para a detecção de objetos no mar num centro em Point Loma, também na Califórnia.
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBx_o_0aFT8vl0K2ybi6XzpPXLxVu_yAhfxdVPVvUwdM6_f6gkmoHVcncZZyVfwilbQs6f4vgnZWwgBcz9AkQ9oDJjalPWo3OigCz3Lb42VeE8HtQdh3kwhgkJsoOKc364z4O6kP4hHHsC/s1600/howell.jpg" imageanchor="1" ><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBx_o_0aFT8vl0K2ybi6XzpPXLxVu_yAhfxdVPVvUwdM6_f6gkmoHVcncZZyVfwilbQs6f4vgnZWwgBcz9AkQ9oDJjalPWo3OigCz3Lb42VeE8HtQdh3kwhgkJsoOKc364z4O6kP4hHHsC/s320/howell.jpg" /></a>Cassiano Romanhttp://www.blogger.com/profile/04941311780826276771noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344944574030689839.post-49883626765204784342012-10-03T14:15:00.003-03:002012-10-03T14:15:45.998-03:00Descobertas novas espécies de mamíferos e anfíbios no Peru.
Cientistas afirmam ter encontrado novas espécies de animais no Peru
Foram identificados 8 novos mamiferos e 3 novos anfíbios, diz pesquisador.
Área onde animais foram encontrados fica próxima à fronteira com Equador.
Cientistas da Universidade Nacional Autônoma do México (Unam) afirmam ter encontrado novas espécies de animais em um santuário ao norte do Peru. Foram identificados um macaco de hábitos noturnos, um novo marsupial, várias espécies de roedores e um porco-espinho, além de três espécies de anfíbios. Apenas os anfíbios já foram descritos cientificamente.
A região onde os animais foram encontrados fica próxima à fronteira com o Equador, dentro do Santuário Nacional Tabaconas-Namballe, segundo relato do pesquisador Gerardo Ceballos González, do Instituto de Ecologia da Unam, publicado no site da universidade.
O "diário de bordo" de González relata terem sido encontradas oito novas espécies de mamíferos, além de três anfíbios. "Esta é uma das mais importantes descobertas da biodiversidade dos últimos anos, porque todas as espécies foram encontradas em uma área muito pequena", disse o cientista ao site da Unam.
Espécies similares ao primata descoberto no Peru recebem o nome popular, no Brasil, de macaco-da-noite. Ao menos duas espécies - o macaco-da-noite andino e o colombiano - são classificadas como vulneráveis na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
A expedição foi realizada entre 2009 e 2011, mas só agora o resultado foi divulgado, de acordo com González. A espécie de porco-espinho chama a atenção por seu grande tamanho e por possuir longos espinhos negros nas pontas, aponta o cientista.
O pesquisador indica que outro animal encontrado pode representar o espécime de raposa cinzenta mais ao sul já registrado nas Américas. "É provável que seja uma nova espécie", disse González ao site da Unam.
O pesquisador indica que os cientistas tiveram que seguir 18 horas por estradas no Peru desde áreas de selva até os Andes, além de andar duas horas a pé, antes de chegar ao santuário. O parque mede 32 mil hectares e fica em uma região de grande altitude, com trechos entre 1,8 mil e 3,2 mil metros acima do nível do mar, diz o cientista.
González ressaltou, em seu relato, que a expedição foi acompanhada por pesquisadores peruanos. O santuário, aponta ele, exige atenção especial de ONGs e entidades que atuam contra a extinção de animais pelo planeta, "já que há várias espécies que parecem ser encontradas apenas ali".
Fonte: g1.globo.com/natureza
Cassiano Romanhttp://www.blogger.com/profile/04941311780826276771noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344944574030689839.post-15842676178088083982012-08-13T22:21:00.001-03:002012-08-13T22:21:54.449-03:00Águia captura dois peixes ao mesmo tempo em lago na FinlândiaUma águia foi fotografada no instante exato em que capturava dois peixes em um lago na Finlândia. O autor das imagens, Miguel Lasa, de 49 anos, é médico na Inglaterra e viaja pelo mundo fazendo fotografias da vida selvagem.
Lasa relata ter feito as imagens de um local escondido próximo a um lago finlandês. O médico passou sete dias por semana durante todo o verão no país esperando para conseguir fazer as melhores fotografias.
As águias costumam capturar trutas e salmões nos lagos da Finlândia, de acordo com Lasa. Ele levou quatro anos em viagens até a Finlândia no verão para conseguir capturar o instante exato da ação dos pássaros.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyp6ncwlNTvp7MBX7W6UIhCbnAGqprRme2oPstvk2zKqvf77bNleyF51F-kNlqmQMSz8rLpjoysV6i9G6DjEQKhhooF1OKm4uozgAb3kenBKfTy5KTHRvlxUv9lF636IZdwFoIhckijpOa/s1600/aguia-editada.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="150" width="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyp6ncwlNTvp7MBX7W6UIhCbnAGqprRme2oPstvk2zKqvf77bNleyF51F-kNlqmQMSz8rLpjoysV6i9G6DjEQKhhooF1OKm4uozgAb3kenBKfTy5KTHRvlxUv9lF636IZdwFoIhckijpOa/s200/aguia-editada.jpg" /></a></div>
Fonte: G1Cassiano Romanhttp://www.blogger.com/profile/04941311780826276771noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344944574030689839.post-53990925775047952732012-07-17T09:35:00.001-03:002012-07-17T09:37:16.618-03:00Cutia rouba sementes escondidas e ajuda palmeira a se reproduzir.<b>Roedor tem o hábito de esconder alimento na terra, aponta estudo.
Bicho dispersa planta furtando comida estocada pelas companheiras.</b>
Essa palmeira, conhecida localmente como “chunga”, tem frutos suculentos com sementes grandes, aparentemente adaptadas para serem comidas e dispersadas por animais de porte maior, como os mastodontes, extintos naquela região há 10 mil anos.
Foto mostra cutia comendo fruta da palmeira na floresta do Panamá. (Foto: Christian Ziegler/Divulgação)Cutia come a suculenta fruta da palmeira na floresta do Panamá. (Foto: Christian Ziegler/Divulgação)
Sem esses bichos grandes, capazes de engolir as sementes e defecá-las longe do local onde a ingeriram, seria de se esperar que a planta deixasse de se reproduzir e desaparecesse.
No entanto, como ela segue existindo, um grupo de cientistas da Europa e dos EUA instalou câmeras na floresta, e pequenos sensores nas sementes para entender como novas palmeiras poderiam crescer em lugares distantes de outros exemplares da mesma espécie.
Eles descobriram que as cutias têm o hábito de enterrar essas sementes e, mais que isso, roubá-las dos buracos cavados pelas companheiras. Eles descobriram que havia sementes que eram desenterradas e novamente escondidas até 36 vezes antes de serem realmente comidas. Assim, mais de um terço das sementes foi parar a mais de cem metros dos pés que as geraram.
Fonte:g1.com
Comentário: ESSE ARTIGO FEZ-ME RECORDAR O PRIMEIRO ESTUDO DE QUANDO EU ESTAVA NA GRADUAÇÃO, QUE RESULTOU EM UM ARTIGO INTITULADO: <b>"Roman_et_al 2010.Fruit manipulation of the palm Syagrus romanzoffiana by vertebrates in southern Brazil. Neotropical Biology and Conservation. , v.5, p.101 - 105, 2010"</b>
CASO SEJA DO SEU INTERESSE ESSE ARTIGO ENTRE EM CONTATO COMIGO QUE ENVIAREI COM MUITO PRAZER.
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiT3Rku5m4x6TrrTC7gECWi6W1DLpLwVgzhW20_CpAX66AzGtlXYvVpDV8UUv5LJJF9TJKy92lpsrmKl9E1sKspNObKj-61S01tmDgeQAPwXWUojBYIo4X5ucTDyaxktcGLlTbz04qoiOqt/s1600/cotia2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="134" width="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiT3Rku5m4x6TrrTC7gECWi6W1DLpLwVgzhW20_CpAX66AzGtlXYvVpDV8UUv5LJJF9TJKy92lpsrmKl9E1sKspNObKj-61S01tmDgeQAPwXWUojBYIo4X5ucTDyaxktcGLlTbz04qoiOqt/s200/cotia2.jpg" /></a></div>Cassiano Romanhttp://www.blogger.com/profile/04941311780826276771noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344944574030689839.post-31105274999686736542012-07-12T11:37:00.003-03:002012-07-12T11:37:39.154-03:00Primeiros habitantes chegaram à América em três ondas migratóriasOs primeiros habitantes da América chegaram ao continente há mais de 15 mil anos e vieram da Ásia em três ondas migratórias separadas. A conclusão é de um estudo realizado por uma equipe internacional de cientistas publicado nesta quarta-feira (11) pela revista científica “Nature”.
“Durante anos, se debateu se os habitantes da América procediam de uma ou mais migrações através da Sibéria, mas nossa pesquisa põe fim a este dilema: os nativos americanos não procedem de uma só migração”, ressaltou à Agência Efe o cientista colombiano Andrés Ruiz-Linares, do University College de Londres, autor principal do estudo.
Embora os analistas calculem que tenham ocorrido pelo menos três grandes migrações, a maioria das tribos descende da primeira delas, conhecida como os “Primeiros Americanos”. As outras duas levas se limitaram à América do Norte.
Quando as ondas migratórias ocorreram, o Estreito de Bering, entre a Ásia e a América, estava congelado, e serviu como ponte entre os dois continentes.
A pesquisa analisou o genoma de 52 tribos indígenas americanas, do Canadá à Terra do Fogo, e comparou ao de habitantes de 17 grupos nativos da Sibéria. Ao todo, mais de 364 mil variações genéticas foram consideradas.
A análise foi dificultada pela presença de material genético procedente de migrações posteriores, principalmente dos europeus e africanos que chegaram à América a partir de 1492. Por isso, os pesquisadores se centraram apenas nas seções do genoma que procediam totalmente dos nativos americanos.
“Tecnicamente, o estudo dos povos nativos americanos representa todo um desafio devido à presença generalizada de traços europeus e africanos nos grupos nativos”, indicou Ruiz-Linares.
A ocupação do continente – Os “Primeiros Americanos” teriam se deparado com um continente desabitado, e se estenderam em direção sul, seguindo a costa do Pacífico e deixando povoações em sua passagem. O processo teria durado cerca de mil anos, e suas linhagens podem ser rastreadas do presente.
No entanto, o DNA de quatro tribos da América do Norte demonstra que houve pelo menos duas outras ondas migratórias. A segunda percorreu a costa do Ártico até a Groenlândia, e a terceira se dirigiu rumo às Montanhas Rochosas.
Essas duas levas de imigrantes teriam sido protagonizadas por indivíduos mais próximos à etnia han, predominante na China, do que aos “Primeiros Americanos”.
Ao avaliar o material genético da tribo dos aleútes e dos inuítes, que vivem na Groenlândia, os pesquisadores constataram que metade de seu DNA procedia dos integrantes da segunda migração.
No caso dos membros da tribo canadense chipewyan, que viviam entre as Montanhas Rochosas e a baía de Hudson, os especialistas descobriram que tinham 10% do material genético em comum com os protagonistas da terceira leva migratória.
O DNA dessas quatro tribos – aleútes, inuítes do leste, inuítes do oeste e ‘chipewyan’ – contém material das três ondas migratórias, mas a maior parte corresponde à primeira. Isso significa que os habitantes asiáticos da segunda e terceira ondas teriam se relacionado com os primeiros que chegaram à América.
Segundo Ruiz-Linares, isso fica demonstrado pela menor diversidade genética dos nativos da América do Sul, cujo DNA é mais próximo ao dos “Primeiros Americanos”.
“Haveria uma relativa homogeneidade genética dos nativos desde México até o sul do continente, todos derivariam da mesma corrente migratória da Ásia”, explicou Ruiz-Linares.
“O povoamento do México rumo ao sul teria sido relativamente simples, com poucas misturas após a separação dos povos [até a chegada dos europeus em 1492]”, acrescentou o pesquisador. (Fonte: G1)Cassiano Romanhttp://www.blogger.com/profile/04941311780826276771noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344944574030689839.post-42669576602337985922012-07-12T11:30:00.002-03:002012-07-12T11:34:05.235-03:00CHUVA DE PINHÕESEm uma tentativa de recuperar florestas de araucária, árvore típica do Sul, sementes da planta foram despejadas por avião na segunda-feira (9) em campos do interior gaúcho.
A operação, batizada de “chuva de pinhões”, foi realizada pela Secretaria do Ambiente do Estado em Campinas do Sul (399 km de Porto Alegre).
Cerca de 220 mil sementes da espécie foram carregadas em um pequeno avião que sobrevoou duas ilhas de uma hidrelétrica da região. A área para o cultivo foi cedida pela empresa responsável pela usina, a Tractebel.
Segundo a secretaria, a expectativa é que até 20% dos pinhões se desenvolvam. “Vingando 500 mudas por hectares, atingimos nossos objetivos”, disse Roberto Ferron, diretor do Departamento de Florestas e Áreas Protegidas.
Ele diz que o despejo de sementes por avião pode ser mais eficiente e menos trabalhoso do que o plantio manual. O objetivo é lançar 10 milhões de sementes em dois anos.
Alunos e professores da Universidade Federal de Santa Maria (RS) vão acompanhar o crescimento das árvores.
Afetada pela expansão das lavouras no Sul e pela extração por madeireiros, a araucária ou pinheiro está na “lista de espécies de flora ameaçadas de extinção” do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
A árvore pode alcançar até 50 metros de altura e se desenvolve principalmente em regiões com mais de 600 metros de altitude.
Fonte: Folha.com
Mais informações podem ser acessadas em http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/economia/noticia/2012/06/avioes-serao-usados-para-semear-araucarias-3804315.htmlCassiano Romanhttp://www.blogger.com/profile/04941311780826276771noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344944574030689839.post-41027984393658725872012-07-03T09:30:00.001-03:002012-07-03T09:30:13.888-03:00Filhote de elefante marinho aproveita a praia do Rosa para descansar<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNivLaiPTYfPqx-mZOqa7LNMMB5-h9Rh_6jvnSsI00So6X-DtHV4luy901-j_D-LhZI7kPqqEYJv0ifTKb39-t1pF6ZHjs9GIlGTO78HfdGaIfyCpWzId_YDqJqZ64dnOI32Aet0ijfZFP/s1600/elefante+marinho.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="150" width="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNivLaiPTYfPqx-mZOqa7LNMMB5-h9Rh_6jvnSsI00So6X-DtHV4luy901-j_D-LhZI7kPqqEYJv0ifTKb39-t1pF6ZHjs9GIlGTO78HfdGaIfyCpWzId_YDqJqZ64dnOI32Aet0ijfZFP/s200/elefante+marinho.jpg" /></a></div>
Desde quinta-feira, analistas ambientais estão monitorando um elefante marinho que encalhou no canto norte da praia do Rosa, no município de Imbituba (SC). "O filhote é uma fêmea, que mede 2 metros e 86 centímetros de comprimento. Ela apareceu nos rochedos, ambiente muito similar ao encontrado nas colônias reprodutivas, e se encontra em bom aspecto, bem nutrida, porém, bastante cansada, o que mostra a necessidade de descanso", explica a chefe substituta da APA da Baleia Franca/ICMBio, Luciana Moreira.
Nessa segunda-feira, uma equipe de especialistas foi até o local. Na avaliação da veterinária especialista em animais marinhos da ONG R3 Animal, Cristiane Kolesnikovas, o animal está em excelente condição física e reage bem à aproximação, está bem nutrido e com coloração de mucosas normal. “Geralmente se essas condições persistirem, não será necessária a remoção do animal”, diz Cristiane Kolesnikovas. “Ela deve continuar sendo monitorada para verificar eventuais alterações no seu estado de saúde”, complementa.
O animal deve continuar sendo monitorado durante os próximos dias e alterações serão verificadas. Segundo a veterinária, a contenção é um processo extremamente estressante e pode causar danos a condição do elefante marinho, havendo risco de morte durante a manipulação.
Em caso de encalhes, um protocolo homologado pela APA da Baleia Franca (ICMBio) deve ser seguido. "O objetivo do protocolo é articular a rede de instituições que podem contribuir nos casos de ocorrência de encalhes, seja de animais vivos ou mortos. Neste caso, tivemos o apoio da Policia Ambiental, R3 animal e CMA/ICMBio", explica Luciana Moreira.
Procedimentos em caso de encalhes:
Como ajudar?
- Entre em contato com as instituições responsáveis;
- Não tente devolver o animal para a água;
- Ajude a isolar a área mantendo pessoas e animais domésticos afastados;
- Obtenha fotografias do animal, possibilitando a identificação da espécie e documentação do caso;
- Colabore com a sensibilização e a conscientização da comunidade.
Proteja a sua saúde
- Os animais encalhados podem transmitir doenças aos seres humanos;
- Evite respirar o ar expirado pelos animais;
- Não se aproxime. São animais grandes em situação de debilidade física, que podem se tornar ariscos com a aproximação de outros indivíduos e causar ferimentos.
Fonte: Correio do PovoCassiano Romanhttp://www.blogger.com/profile/04941311780826276771noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344944574030689839.post-26429031921730473812012-07-02T08:28:00.000-03:002012-07-02T08:28:02.449-03:00Divina evolução, artigo de Efraim Rodrigues.<b>Efraim Rodrigues, Ph.D. (efraim@efraim.com.br), Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor pela Universidade de Harvard, Professor Associado de Recursos Naturais da Universidade Estadual de Londrina, consultor do programa FODEPAL da FAO-ONU, autor dos livros Biologia da Conservação e Histórias Impublicáveis sobre trabalhos acadêmicos e seus autores. Também ajuda escolas do Vale do Paraíba-SP, Brasília-DF, Curitiba e Londrina-PR a transformar lixo de cozinha em adubo orgânico e a coletar água da chuva. É professor visitante da UFPR, PUC-PR, UNEB – Paulo Afonso e Duke – EUA http://ambienteporinteiro-efraim.blogspot.com/</b>
Em 1987 eu dava aulas de Ciências na periferia de São Paulo quando alguns alunos mostraram resistência com conceitos básicos em evolução.
Fui então atrás da literatura criacionista e a falta de substância rapidamente me levou à fonte primária do muito mais comentado do que lido Gênesis.
Ao contrário do que se possa imaginar, não foi uma leitura arrogante tipo – O que pode conter um texto de milhares de anos atrás ? Ao contrário, o Genesis relata 12 eventos da história da Terra em improbabilissima correção cientifica.
A resistência religiosa à evolução fez aparecerem versões absurdas como a que diz que a Terra teria 4000 anos de idade, que consegue ao mesmo tempo contradizer os fatos e nem mesmo estar nas escrituras.
Duas pessoas querendo entender-se partiriam dos pontos de convergência, e eles não faltam. Evolução é seleção da variação criada pelo acaso. Quem diria que não é a mão de Deus operando atrás deste talvez só aparente caso ?
Todas espécies então teriam em si este componente divino de sua criação, além de um componente tangível e concreto, a seleção natural.
A mudança de espécies ocorre em poucas gerações e não são necessários grandes instrumentos para observá-la. A presa dos elefantes, por exemplo, fica muito menor em poucas gerações conforme os elefantes com presas maiores são mortos e não tem tempo para deixar filhos. Também ervas daninhas desenvolvem resistência ao herbicida em poucos anos, com sua recente aplicação em vastas áreas.
E aquelas espécies feitas em laboratório, os transgênicos ?
Internamente, seres vivos são máquinas fisiológicas complexas, que transpõem a informação contida em seus gens em proteínas que nos mantém funcionando. Esta maquinaria adquiriu sua divindade após bilhões de anos de evolução selecionado pelo ambiente. Ao bulir com ela sem ainda conhecer os detalhes de seu funcionamento estamos agindo como uma criança desmontando um relógio. É mais provável estragarmos que consertarmos. Estragar neste caso é produzir espécies que façam coisas que não podemos antecipar, como reproduzir-se com seus parentes próximos nativos ou desenvolver alguma capacidade de tornar-se uma super praga, capaz de invadir outros ambientes.
Nesta semana morreu George, o solitário, último indivíduo de sua espécie de tartaruga gigante de Galápagos. Na verdade são muitas espécies que se vão a cada semana. É correto nos omitirmos enquanto o homem destrói a criação divina ?
Fonte: Ecodebate, 02/07/2012Cassiano Romanhttp://www.blogger.com/profile/04941311780826276771noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344944574030689839.post-7194290854768643412012-06-26T10:22:00.004-03:002012-06-26T10:22:48.083-03:00SACO É UM SACO: A saga continua<b>Vejam o retrocesso que está ocorrendo em SP. Após decidirem pelo NÃO fornecimento de sacolas plásticas no ano que passou agora revogaram a decisão. Leia a reportagem para total esclarecimento.</b>
Redes de supermercados retomam distribuição de sacolinhas em SP
Justiça determinou que estabelecimentos voltem a dar embalagens.
Algumas unidades se anteciparam; outras redes seguem sem fornecimento.
Algumas redes de supermercado se anteciparam à decisão da Justiça e reiniciaram a distribuição de sacolinhas plásticas aos clientes já na semana passada, quando o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que determinava o fim das embalagens foi revogado. É o caso da rede St Marche, por exemplo, cuja assessoria de imprensa informou que as suas 10 unidades na capital paulista oferecem todas as opções aos seus clientes. Nesta segunda-feira (25), a juíza Cynthia Torres Cristófaro, da 1ª Vara Central da capital paulista, determinou que os supermercados de São Paulo voltassem a distribuir, em até 48 horas, embalagens "adequadas e em quantidade suficientes" gratuitamente.
O único estabelecimento em São Paulo do Grupo Zaffari, do Rio Grande do Sul, também voltou a distribuir sacolinhas aos seus clientes. De acordo com comunicado, o grupo gaúcho informou “que respeita e segue as orientações dos órgãos e autoridades nas áreas em que atua”. E completou: “A partir da divulgação no Diário Oficial da decisão do Conselho Superior do Ministério Público de São Paulo, que revoga o Termo de Ajustamento de Conduta, o Grupo Zaffari informa que voltou a distribuir as sacolas plásticas aos seus clientes que eventualmente não tragam as suas embalagens retornáveis próprias”.
Segundo a rede, as sacolas que estão sendo distribuídas no hipermercado são desenvolvidas em polietileno verde, também conhecido como “plástico verde”, que possui “a mesma resistência e capacidade de acondicionamento das sacolas de plástico tradicional”.
O Grupo Pão de Açúcar, por sua vez, disse que opera de acordo com as determinações da Associação Paulista de Supermercados (Apas) e que, por isso, segue sem distribuir as sacolinhas plásticas em suas unidades. Mesma postura, aliás, adotada pela administração da rede Carrefour nas unidades de São Paulo. Unidades das duas empresas e das redes Pastorinho e Sonda, em diferentes regiões da capital, não tinham retomado a distribuição na manhã desta terça-feira (26).
A Apas quer manter o veto às sacolinhas plásticas e propor reajustes no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que foi derrubado na semana passada pelo Conselho Superior do Ministério Público. A associação ainda não se manifestou sobre a decisão da Justiça que determinou a volta das embalagens.
Consumidores
Com as mais variadas opções à disposição, os clientes não têm mais do reclamar. Alguns clientes, por exemplo, aproveitaram para embalar os produtos nas sacolinhas, mesmo levando a sacola retornável para as compras. Ou seja, levaram as sacolinhas dentro das sacolas de tecido ou outros materiais.
Apesar disso, muitos, de olho na preservação do meio ambiente, já incorporaram o hábito de levar as sacolas retornáveis para as compras. É o caso da economista Rosana Ulhoa, de 48 anos, que dispensou as sacolinhas oferecidas pela St Marche do Morumbi, na Zona Sul de São Paulo. “Nem sabia que estavam distribuindo, mas vou trazer sempre a sacola. Inclusive, já vem com a listinha de compra junto”, disse.A cirurgiã dentista Denise Kanashiro Oyafuso, de 40 anos, por sua vez, não abre mão da “praticidade” oferecida pelas sacolinhas. “Prefiro com as sacolinhas. Depois, é só reciclar. Nem estava sabendo, tanto que só comprei o que consegui pegar à mão”, afirmou.
Os clientes do Zaffari, na Zona Oeste da capital, também se mostraram divididos em relação à volta da sacolinha. “Não vou fazer questão. Já deixo três sacolonas no carro já faz tempo, antes mesmo de proibirem a distribuição das sacolinhas. Mas acharia legal que tivessem sacos de papel ou caixas no lugar das sacolinhas”, declarou o empresário Amir Hamad, de 28 anos. Já a contadora Heloísa Campos Pereira, de 27 anos, disse que ficou surpresa com as sacolinhas. “Sou favorável. Depois uso para embalar o lixo. Tinha comprado engradados desmontáveis para transportar as compras. Agora, vou enconstá-los”, contou.
Inconformismo mesmo só parte dos clientes do Pão de Açúcar da Rua Cardoso de Almeida, em Perdizes, na Zona Oeste, onde as sacolinhas ainda não voltaram a ser distribuídas. “É um absurdo se isso acontecer”, reclamou a advogada Cintia Fondevila, de 32 anos.
Decisão da juíza
Na decisão, a a juíza Cynthia Torres afirma que entregar embalagens é prática comum. “É notório que a prática comercial costumeira é do fornecimento do lojista de embalagem para que o consumidor leve consigo as mercadorias que adquire, isso ocorrendo em lojas de diversos ramos de atividade”, afirmou na decisão.
A juíza ainda questiona o posicionamento dos supermercados em suas contrapartidas ao fim das sacolinhas. "A solução, portanto, nitidamente onera desproporcionalmente o consumidor. E diga-se de passagem que, não tendo os supermercados adotado qualquer providência para substituir as várias embalagens de plástico que internamente utilizam (lá estão os saquinhos de plástico para separar itens vendidos a granel, como frutas, e levá-los a pesar), não trataram mesmo de implementar adequadamente iniciativa de preservação ambiental, chamando a atenção que a parte que oneraria com exclusividade o fornecedor tenha sido justamente a omitida", escreveu a juíza na sentença.
Entenda o acordo
O acordo que previa o fim da distribuição de sacolinhas plásticas em São Paulo foi derrubado na terça-feira (19) pelo Ministério Público, mas as sacolinhas plásticas não voltaram a ser distribuídas imediatamente. A Apas havia informado que iria manter o veto às sacolinhas e apresentar ajustes no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) em reunião com a Fundação Procon.
Os consumidores que se sentirem prejudicados pela falta das embalagens devem a procurar o Procon, segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em São Paulo. Os supermercados alegam não existir lei específica que obrigue a entrega de embalagem para compras, mas a OAB argumenta que o Código de Defesa do Consumidor prevê que os estabelecimentos prestem serviços "adequados".
Antes da decisão da Justiça, a Fundação Procon informou que iria analisar com o Ministério Público o novo documento elaborado pela Apas com uma alternativa às sacolinhas. Caso a proposta não fosse adequada, “os supermercados deverão oferecer uma alternativa ao consumidor” para levar as compras. Até esta segunda-feira, não havia sido realizada a reunião entre Apas, Procon e MP para avaliar um novo acordo.
Fonte: G1. com
<b>ENTENDA A DISCUSSÃO SOBRE A LIBERAÇÃO DAS SACOLAS</b>
Objetivo da medida
A Associação Paulista de Supermercados (Apas) diz que a meta é reduzir a distribuição de sacolas derivadas de petróleo, que causam “grande impacto na qualidade de vida das cidades”.
<b>Queda da proibição</b>
O TAC foi encaminhado ao Conselho Superior do Ministério Público, que julgou que ele não é válido. O órgão entendeu que ele fere o Código de Defesa do Consumidor. Segundo a Promotoria, ele não garante o equilíbrio entre fornecedor e consumidor, impondo aos clientes o ônus de ter que arcar com a proteção do meio ambiente comprando sacolas reutilizáveis.
De acordo com a MP, a decisão sobre a volta da distribuição das sacolas plásticas “agora é questão da associação de classe, pois o impedimento [da distribuição] ajustado no TAC não vigora mais”.
<b>Apas justifica veto</b>
Na semana passada, a Apas informou que não há lei que obrigue os supermercados a fornecerem sacolinhas. Segundo a entidade, o TAC ainda é válido. “Deixa de ter o condão de executividade, mas tem o condão de eficácia. Logo, o TAC está valendo. Para o consumidor, isso significa que ele deverá ainda abraçar a ideia do meio ambiente, da sustentabilidade, e procurar uma alternativa para que não leve o saco plástico”, disse o vice-presidente da Apas, Roberto Longo.
<b>OAB contesta decisão</b>
Para a Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP), a lei obriga, sim, o fornecimento de meios gratuitos para que o consumidor consiga levar os produtos para casa. “O Código de Defesa do Consumidor obriga qualquer fornecedor a prestar serviços adequados”, disse o presidente da Comissão de Direito e Relações de Consumo da OAB-SP, José Eduardo Tavolieri de Oliveira. “Pressupõe que o consumidor tem direito de receber dos estabelecimentos meios para acondicionar os produtos e voltar com tranqüilidade e segurança para casa.” Com o fim do TAC, ele afirma que os consumidores não só podem como devem procurar o Procon.
<b>Procon diz que vai analisar</b>
A Fundação Procon diz que irá analisar com o Ministério Público documento elaborado pela Apas com uma alternativa às sacolinhas. Caso a proposta não seja adequada, “os supermercados deverão oferecer uma alternativa ao consumidor” para levar as compras.
<b>Conselho do MP exige alternativa</b>
O Conselho Superior do Ministério Público diz que a Apas “deve encontrar uma forma de proteção ao consumidor, diante da possível necessidade de retirada das sacolas plásticas descartáveis do mercado de consumo”.
<b>Juíza obriga distribuição</b>
A juíza Cynthia Torres Cristófaro, da 1ª Vara Central da capital paulista, determinou nesta segunda-feira (25) que os supermercados voltem a distribuir, no prazo de até 48 horas, embalagens "adequadas e em quantidade suficientes" gratuitamente.Cassiano Romanhttp://www.blogger.com/profile/04941311780826276771noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4344944574030689839.post-64697200470584123662012-06-11T08:52:00.003-03:002012-06-11T08:52:31.112-03:00A FAZENDA que implantou um moderno sistema de funcionamento autossuficiente.Com o tema “O futuro que queremos”, a Rio+20, conferência sobre desenvolvimento sustentável, começa na próxima quarta-feira (13), no Rio de Janeiro. O Brasil conta com vários exemplos de ações que envolvem sustentabilidade e produtividade. Em Mato Grosso, uma granja modelo produz carne e grão, sem poluição. É uma pequena amostra do que pode vir a ser a atividade agropecuária no futuro.
A fazenda, que implantou um moderno sistema de funcionamento autossuficiente, fica entre os municípios de Sorriso e Vera. Ela já está certificada pela ONU por seguir o Protocolo de Kyoto, ou seja, por não emitir gases poluentes.
Segundo Paulo Lucion, um dos donos do local, são produzidos por ano 16 mil toneladas de soja e 24 mil toneladas de milho. Eles também criam 220 mil cabeças de porco. O grande diferencial é que tudo isso é feito com impacto ambiental nulo. Em uma frase, Paulo resume a filosofia do sistema: “O subproduto de uma atividade é produto principal para a atividade seguinte”.
Foi uma empresa especializada em projetos de sustentabilidade que capacitou a fazenda a transformar o que é considerado lixo em matéria-prima. A empresa trouxe a tecnologia, instalou equipamentos e conseguiu as licenças no Ministério de Ciência e Tecnologia do Brasil e na Organização das Nações Unidas.
O projeto tem o nome de MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo), uma ferramenta criada pelo Protocolo de Kyoto, que permite aos países desenvolvidos comprar créditos de carbono de países em desenvolvimento.
Respeitando a reserva legal, a fazenda cultiva quatro mil hectares de soja e milho. Faz plantio direto, um sistema que evita erosão, melhora o solo e ainda faz captação de carbono. Tudo que se colhe é processado na própria fazenda.
Ao lado dos silos, ficam uma fábrica de ração e uma indústria de esmagamento. Uma estrutura, pronta e já testada, tem capacidade para produzir biodiesel capaz de atender toda a frota da fazenda. O farelo produzido é destinado para a ração, à base de milho, que alimenta a granja no sistema de cria, recria e engorda.
Doze mil matrizes, de alta genética, são alojadas e tratadas de acordo com o mais recente protocolo de bem-estar animal. De acordo com Jonas Stefanello, coordenador técnico do empreendimento, as porcas em gestação, por exemplo, não ficam mais em gaiolas, como antes, e sim em baias coletivas, onde vivem mais soltas. O confinamento também é mais espaçoso e confortável e eles não cortam mais dentes e rabos dos animais.
Lucros e benefícios para o meio-ambiente – A grande questão na criação de suínos é o que fazer com os excrementos, já que o porco excreta na mesma quantidade que come. Na fazenda, o fundo das baias é servido por uma lâmina de água, que conduz os dejetos para uma central de captação. O chorume, então, é conduzido para os biodigestores, onde é tratado em um processo que limpa a água e gera o metano, um dos mais poluentes entre os gases de efeito estufa. O diferente neste processo é que o metano não é liberado no ar.
O biogás extraído da granja é, por sua vez, canalizado para alimentar motores que o transformam em energia elétrica. Por ano, a central produz mil quilowatts de energia, que abastecem a fábrica, os secadores e todas as instalações. O sistema gera uma economia de R$ 80 mil na conta de luz anual. “A gente consegue reduzir cerca 80% do consumo de energia, que a gente estaria comprando da rede elétrica”, afirma Paulo.
O esgoto tratado, que saem dos biodigestores, vai para lagoas de decantação, de onde é bombeado para as lavouras. É o biofertilizante, subproduto da criação dos porcos. Com esse tipo de irrigação, a fazenda reduz em 40% a quantidade de adubo químico que teria que aplicar na produção da soja e do milho. Além da economia, o adubo orgânico tem menor impacto ambiental.
Para completar a modernização, a fazenda acabar de ampliar a integração lavoura-pecuária com pastos irrigados, onde o capim se alterna com as culturas na mesma área. Sai a soja, entra o milho e depois o pasto que, adubado assim, é altamente produtivo.
A fazenda consegue a colocação de dez cabeças por hectares, dez vezes mais do que a média nacional. O projeto prevê a engorda de cinco mil bois por ano.
Por produzir sem poluir, a fazenda gera um crédito de carbono. A cada 110 metros cúbicos de gás metano que deixa de emitir, um crédito de carbono é gerado. Nos últimos dois anos, a fazenda conseguiu quase 50 mil créditos, vendidos no mercado internacional por cerca de R$ 1 milhão.
A fazenda fica com um terço deste valor e o restante fica com a certificadora. Mais importante que o dinheiro, porém, são o biogás e o biofertilizante que sobram do processo, o licenciamento ambiental e, acima de tudo, a consciência de fazer um trabalho limpo.
A ONU tem 202 projetos de MDL registrados no Brasil, em várias atividades. Todos estão de acordo com o tripé da sustentabilidade: são socialmente, ecologicamente e economicamente viáveis, ou seja, além de preservar o ambiente, geram lucro.
A fazenda de Mato Grosso segue exatamente esse padrão. Seus proprietários acabam de inaugurar um frigorífico, com a intenção de exportar carne sustentável para a Europa. “A gente pensa em produzir alimento de uma maneira autosustentável e com responsabilidade sócio-ambiental. Sabemos que temos compromisso com a nossa geração e com as gerações futuras”, garante Paulo.
(Fonte: Globo Natureza)Cassiano Romanhttp://www.blogger.com/profile/04941311780826276771noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344944574030689839.post-58421929318104589512012-06-05T08:55:00.001-03:002012-06-05T08:55:14.348-03:00O esgoto do Rio Grande do Sul.Falta de tratamento de esgoto coloca o Estado nas últimas colocações do ranking nacional de saneamento.
O rol de culpados por esse quadro estadual calamitoso inclui gerações sucessivas de governantes, mas também o cidadão comum.
A população do Rio Grande do Sul vai passar o Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado nesta terça-feira, agredindo o meio ambiente. Cada vez que abrirem a torneira da cozinha, ligarem o chuveiro para o banho ou acionarem a descarga do vaso sanitário, os gaúchos, em peso, estarão remetendo para seus rios, lagos e lagoas todo tipo de resíduos químicos e orgânicos.
Poluidores em massa, vão apodrecer os mananciais do Estado, fragilizar a própria saúde e comprometer a água que consomem. Na origem de tantos males está a grande tragédia que o Rio Grande do Sul não enfrentou ao longo da história: seus índices vergonhosos de tratamento de esgoto. Segundo a mais recente Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, de 2008, 85% dos municípios gaúchos tinham tratamento zero — o que colocou o Estado no clube dos 10 piores do país, único sócio fora do eixo Norte-Nordeste.
Em vídeo, veja a trajetória da água, dos rios até a sua torneira
Nos escassos municípios que oferecem processamento dos dejetos, o serviço é para poucos. Na área de abrangência da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), por exemplo, que compreende mais de 7 milhões de habitantes, só 15% do esgoto produzido vai para estações de tratamento (ETEs). Mesmo Porto Alegre, um dos sete municípios com sistema próprio, apresenta índice constrangedor: produz 4.627 litros de esgoto por segundo, mas só trata 544 (11,7%).
O rol de culpados por esse quadro estadual calamitoso inclui gerações sucessivas de governantes — do nível municipal até a esfera federal — que fecharam os olhos para o problema. Mas também abrange o cidadão comum, que não se importa com o destino de seus dejetos e, quando este é oferecido, não se liga à rede para fugir à tarifa.
Até 2006, dos 325 municípios que delegam à Corsan o saneamento, apenas 42 haviam incluído exigência de esgoto nos seus contratos com a companhia. Contentavam-se com ter água na torneira. O quadro só começou a mudar a partir de 2007, quando a Lei do Saneamento Básico vetou contratos que não previssem também o tratamento dos dejetos. Desde então, na medida em que as concessões alcançavam a data de renovação, mais 200 cidades gaúchas passaram a terceirizar o serviço à Corsan.
— No passado, os prefeitos não tinham interesse em incluir o esgoto nos seus contratos com a Corsan para não se desgastar com o cidadão, que não queria o serviço para não pagar pelo tratamento do esgoto. E a Corsan não tinha interesse por falta de recursos para investir. Durante décadas, ninguém olhou para o esgoto — reconhece o diretor-presidente da companhia, Arnaldo Dutra.
Ninguém olhou para o esgoto, também, porque a preocupação brasileira em termos de saneamento era universalizar a oferta de água potável. No final dos anos 60, o governo federal instituiu o Plano Nacional de Saneamento (Planasa) para alcançar a meta de abastecer com água toda a população. Dinheiro grosso foi destinado às companhias locais. No entanto, em 1985, quando parecia ter chegado a hora de olhar os esgotos, o Planasa naufragou. Durante as duas décadas seguintes, o país ficaria sem política e sem dinheiro para o setor.
— Criou-se um déficit gigantesco. Alguns Estados conseguiram avançar com investimentos próprios, como São Paulo, Paraná e Minas Gerais. Mas outros não deram atenção ao assunto. A situação do Rio Grande do Sul é especialmente ruim — avalia o presidente-executivo do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos.
O resultado é que agora, para atingir a meta de universalizar o serviço até 2030, estabelecida no novo Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), o Estado terá de aplicar R$ 7,2 bilhões só na área de cobertura da Corsan — o equivalente a R$ 1 mil por habitante. É um desafio gigantesco. Representa uma despesa média de R$ 320 milhões ao ano, a contar de 2010 — mais do que a soma do total investido ao longo de todo o decênio anterior. Para o período até 2015, o ritmo está assegurado. Graças a repasses do PAC e a recursos próprios, a Corsan investirá R$ 1,9 bilhão em cinco anos. Levará o serviço a mais 300 mil domicílios, dobrando a oferta atual. Mas ainda vão faltar 2 milhões de residências.
— Trabalhamos para atingir a universalização até 2030. Mas tem de haver uma política permanente de financiamento. Sem aporte federal, não tem universalização — diz Dutra.
Um empurrão pode vir da Fundação Nacional da Saúde (Funasa), que que está colaborando na elaboração de projetos de esgoto, com licenciamento ambiental, em mais de 400 municípios — muitos deles fora da área da Corsan.
— Os prefeitos querem fazer saneamento, mas faltavam os projetos. Já temos 63 contratados e vamos licitar a realização de mais 350. O tempo de chorar que ninguém faz nada acabou. Agora estamos no desafio de fazer — diz Gustavo de Mello, superintendente estadual da Funasa.
Fonte: ZERO HORACassiano Romanhttp://www.blogger.com/profile/04941311780826276771noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344944574030689839.post-33686875744606910092012-05-30T09:17:00.001-03:002012-05-30T09:17:29.026-03:00O mundo pode escolher entre 6 e 16 bilhões de habitantes em 2100<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMighSf43HCBy8P-ansxva5z5GwixkRfJ4LPN6x8SlU8_uu9XAJxz4kpYRvRNTWrrBH6EPIacUCqlCnIWDoW-P1Lmk_BTwJZhfRanOoTErELnpmgS7MyVMMTOAnPa5_Jdcvl5Mqcxcx7fq/s1600/120530.png" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="147" width="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMighSf43HCBy8P-ansxva5z5GwixkRfJ4LPN6x8SlU8_uu9XAJxz4kpYRvRNTWrrBH6EPIacUCqlCnIWDoW-P1Lmk_BTwJZhfRanOoTErELnpmgS7MyVMMTOAnPa5_Jdcvl5Mqcxcx7fq/s200/120530.png" /></a></div>
O futuro é uma página em branco na qual podemos escrever nosso destino, respeitando as limitações e as circustâncias históricas. O futuro da economia e da população depende das decisões que se tomam no presente e das medidas colocadas em prática nas décadas subsequentes.
Em relação ao futuro da população mundial, as projeções da Divisão de População da ONU apontam para três cenários até 2100, que variam de 6 a 16 bilhões de habitantes. O número que será atingido vai depender, fundamentalmente, do comportamento das taxas de fecundidade. A redução das taxas de mortalidade e o aumento da esperança de vida também afetam o resultado final, mas em uma proporção bem menor do que o ritmo dos nascimentos.
A Divisão de População estima que a esperança de vida média do mundo vai aumentar de 68 anos em 2010 para 81 anos em 2100. O que é um cenário bastante positivo e otimista e mostra que as pessoas devem viver mais tempo e obter maiores retornos dos investimentos em educação e qualidade de vida.
Mas as grandes diferenças nas projeções ocorrem quando se considera as variações nas taxas de fecundidade. Não se trata de grandes variações no número médio de filhos, pois meio filho (0,5 filho) para baixo ou para cima da taxa de reposição (2,1 filhos por mulher) tem como resultado uma variação de cerca de 10 bilhões de habitantes no número a ser atingido em 2100.
A Taxa de Fecundidade Total (TFT) mundial estava em torno de 2,5 filhos por mulher no quinquênio 2005-2010. Se esta taxa permanecer neste nível até o final do século, então a população mundial chegará a cerca de 16 bilhões de habitantes em 2100.
Se a TFT cair meio filho, ou seja, para algo em torno de 2,1 filhos por mulher até 2050 e permanecer neste nível, então a população mundial chegará a 10 bilhões de habitantes em 2100.
Porém, se a queda da fecundidade for mais rápida e mais profunda o resultado será uma diminuição do montante absoluto da população na segunda metade do corrente século. Caso a TFT cai para 2,1 filhos por mulher até 2025 e continue caindo até 1,6 filhos por mulher por volta de 2075, então a população mundial aumentaria até 8 bilhões em meados do corrente século e depois cairia para algo em torno de 6 bilhões em 2100.
Desta forma, a Divisão de População da ONU mostra que no cenário de fecundidade média (2,1 filhos) da projeção a população mundial chegaria a 10 bilhões de habitantes em 2100. No cenário de fecundidade alta (2,5 filhos), a população chegaria a 16 bilhões no final do século. E no cenário de fecundidade baixa (1,6 filhos) a população ficaria em torno de 6 bilhões de habitantes em 2100.
Portanto, as possibilidades são bem variadas e o mundo pode escolher qual o montante de população gostaria de ter, em um leque de opções que varia de 6 a 16 bilhões de habitantes. Em termos de taxas de fecundidade o leque varia entre 1,6 filho e 2,5 filhos por mulher. Se a comunidade internacional optar por um número menor de pessoas terá que colocar em prática a meta 5b dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio que trata da universalização dos serviços de saúde reprodutiva.
O planejamento familiar não tem efeito retroativo, mas possui grande efeito prospectivo.
Evidentemente, qualquer opção tem que ser feita de maneira democrática e respeitando os direitos reprodutivos. Também precisa ser uma escolha discutida e refletida de maneira racional e consciente. Infelizmente, a Rio + 20 não agendou de maneira adequada este tema, pois quando se trata de debater as questões populacionais as ideologias e as crenças religiosas costumam falar mais alto e muitas pessoas preferem o silêncio.
Todavia, as alternativas estão colocadas e são de domínio público. O mundo pode escolher qual o caminho que deseja seguir: se prefere mais gente com menos consumo; menos gente com mais consumo per capita; ou mesmo, menos gente e menos consumo, com menor impacto ambiental.
O leque de opções é amplo. Só não dá para manter o ritmo de crescimento de 78 milhões de pessoas a cada ano e um crescimento ainda maior da produção e do consumo. As atividades antrópicas já ultrapassaram o limite da sustentabilidade do Planeta.
Os atuais governantes dos diversos países do mundo, que vão estar reunidos no Rio de Janeiro, em junho de 2012, não podem usar como desculpa o fato de desconhecerem as alternativas colocadas. Vale a pena lembrar que a inação e a omissão são as piores formas de ação.
José Eustáquio Diniz Alves, colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em demografia e professor titular do mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br
Fonte: EcoDebate, 30/05/2012Cassiano Romanhttp://www.blogger.com/profile/04941311780826276771noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344944574030689839.post-10366104127977183982012-05-28T10:17:00.004-03:002012-05-28T10:17:56.994-03:00'Diário Oficial' publica justificativas de Dilma aos vetos do Código FlorestalA presidente Dilma Rousseff justificou no "Diário Oficial da União" desta segunda-feira (28) os vetos parciais e modificações feitas no Código Florestal alegando “contrariedade ao interesse público e inconstitucionalidade” no projeto aprovado na Câmara.
Com o texto da lei ambiental, foi publicada ainda a Medida Provisória (MP) que torna mais rígidas as regras do novo Código Florestal. A medida visa suprir os vácuos deixados com os 12 vetos da presidente ao novo código.
Além dos vetos, o governo fez 32 modificações ao texto. Dilma vetou os artigos 1º, 43º, 61º, 76º e 77º e realizou vetos parciais em parágrafos e incisos dos artigos 3º, 4º, 5º e 26º.
Os vetos terão de passar pela análise dos parlamentares, em sessão conjunta da Câmara e do Senado e só podem ser colocados em pauta pelo presidente do Congresso, atualmente José Sarney. Não há prazo para serem votados. Para derrubá-los, é necessário o apoio de dois terços dos parlamentares. Desde a redemocratização, somente três vetos presidenciais foram rejeitados pelo Parlamento.
Já a MP tem até quatro meses para ser votada, sem perder a validade. Se aprovada na Câmara, vai ao Senado e, caso alterada, volta para a análise dos deputados.
Definição do Código Florestal
No artigo 1º, que define o objetivo do Código Florestal, a presidente alegou veto ao texto devido à ausência de precisão "em parâmetros que norteiam a interpretação e a aplicação da lei".
O texto da Câmara havia cortado itens apresentados no projeto do Senado que reconheciam as florestas e demais vegetações nativas como bens de interesse comum, com a reafirmação do compromisso de protegê-las, além de reconhecer a importância de conciliar o uso produtivo da terra com a proteção das florestas.
Descanso dos solos
Dilma vetou o inciso XI do artigo 3º, que trata sobre o pousio, prática de interrupção temporária de atividades agropecuárias para recuperar a capacidade de uso dos solos. Segundo a justificativa da Presidência, o inciso não estabelece um período de descanso da terra. Essa ausência, segundo o texto do "Diário Oficial", impede fiscalização efetiva sobre a prática de descanso do solo.
Apicuns, salgados e zonas úmidas
O parágrafo 3º do artigo 4º também foi vetado, segundo o "Diário Oficial". A regra não considerava apicuns e salgados (planícies salinas encontradas no litoral que são continuidade dos mangues) como Áreas de Preservação Permanente (APPs), e excluía ainda as zonas úmidas.
O texto da Câmara passava a considerar margem natural de rios a partir da borda da calha do leito regular (fio de água) e não mais o nível mais alto dos cursos d’água (zonas consideradas úmidas, mas que ficam inundadas nos períodos de cheia).
Segundo Dilma isso afetaria os serviços ecossistêmicos de proteção a criadouros de peixes marinhos ou estuarinos, bem como crustáceos e outras espécies.
Margens de rios em zonas urbanas
O despacho trouxe ainda o veto aos parágrafos 7º e 8º do artigo 4, que se referem à delimitação das áreas de inundação em rios localizados em regiões urbanizadas (cidades). De acordo com o projeto da Câmara, a delimitação seria determinada pelos Planos Diretores e Leis de Uso do Solo dos municípios.
De acordo com a justificativa de veto da Presidência, a falta de observação de critérios mínimos de proteção ambiental nessas áreas marginais (que evitariam construções de imóveis próximos a margens de cursos d’água, por exemplo) poderia afetar a prevenção de desastres naturais e proteção de infraestrutura.
Uso de reservatórios artificiais
Sobre a criação de parques aquícolas (criação de espécies aquáticas, como peixes, crustáceos e outros organismos) e polos turísticos em regiões próximas a reservatórios artificiais (barragens), o veto se refere ao possível “engessamento” do Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório Artificial”. Entretanto, deixa em aberto a discussão sobre como melhor adequar essas atividades.
Desmate autorizado em florestas da União e dos municípios
Segundo justificativa da presidente Dilma para vetar os parágrafos 1º e 2º do artigo 26, que tratam da definição de quais áreas de preservação podem ser desmatadas de forma legal para uso alternativo do solo (como atividades agropecuárias), o projeto da Câmara aborda de forma “parcial e incompleta” essas normas.
De acordo com o "Diário Oficial", já existem regras disciplinadas sobre o assunto na Lei Complementar 140, de 8 dezembro de 2011.
A norma citada prevê cooperação entre os poderes municipal, estadual e federal na proteção de paisagens naturais, combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e flora, dando mais autonomia, por exemplo, aos governos estaduais e/ou municipais em ações que fiscalizam atividades ilegais de desmate ou caça.
Recomposição de bacias hidrográficas
No artigo 43, sobre a recuperação de Áreas de Preservação Permanente para empresas concessionárias de serviço de abastecimento de água e de geração de energia hidrelétrica, o veto se deu pois “o dispositivo impõe o dever de recuperar APPs em toda bacia hidrográfica em que se localiza o empreendimento e não apenas na área no qual este está instalado”. De acordo com o veto, “trata-se de obrigação desproporcional".
Recuperação das margens de rios
No artigo 61, que trata das regras de recomposição da vegetação nas beiras de rio, e que levantou polêmica no Congresso devido à possibilidade de anistia a quem desmatou antes de 22 de julho de 2008, o veto foi feito “devido à redação imprecisa e vaga, contrariando o interesse público e causando grande insegurança jurídica quanto à sua aplicação”.
De acordo com a publicação no Diário Oficial, o dispositivo “parece conceder uma ampla anistia” a quem desmatou de forma ilegal até 22 de julho de 2008. A justificativa da presidente Dilma afirma ainda que tal fato “elimina a possibilidade de recomposição de uma porção relevante da vegetação do país”.
Sobre a recomposição das margens de rios, a justificativa da presidente informa que ao incluir regras apenas para rios com até dez metros de largura, “silenciando sobre os rios de outras dimensões e outras APPs”, o texto do projeto da Câmara deixaria uma “grande incerteza” aos produtores brasileiros.
O despacho informa ainda que o texto da Câmara não levou em conta a desigualdade fundiária do país para estabelecer o tamanho das áreas para reflorestamento e informa dado do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), apontando que 90% dos estabelecimentos rurais possuem até quatro módulos fiscais e ocupam apenas 24% da área rural do país.
Conservação dos biomas brasileiros
No artigo 76, sobre a criação de projeto de conservação e regeneração dos biomas brasileiros, como a Amazônia e o Cerrado, Dilma vetou alegando que o dispositivo fere o princípio da separação dos Poderes ao firmar prazo para que o Chefe do Executivo encaminhe ao Congresso Nacional proposição legislativa. No projeto da Câmara, previa-se que o governo teria prazo de três anos, a partir da publicação da lei, para elaborar proposta.
Impacto de empreendimentos no meio ambiente
Sobre a criação de um instrumento de apreciação do poder público para medir possíveis impactos ambientais na instalação de obras, denominado “Diretrizes de Ocupação do Imóvel”, apresentado no artigo 77 do projeto da Câmara, Dilma vetou alegando que o dispositivo foi aprovado sem que houvesse definição sobre seu conteúdo o que poderia causar "insegurança jurídica para os empreendedores públicos e privados”.
Fonte: g1.com.brCassiano Romanhttp://www.blogger.com/profile/04941311780826276771noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344944574030689839.post-68651601500931285942012-05-24T09:01:00.001-03:002012-05-24T09:01:05.310-03:00Degradação florestal contribui para transmissão da febre maculosa (ou ‘febre do carrapato’)Resultado de estudo irá nortear o controle da zoonose na região metropolitana de São Paulo. Carrapatos de cães transmitem a doença a humanos – Nas regiões norte e sul da zona metropolitana de São Paulo, onde há fragmentos de Mata Atlântica, é possível encontrar uma espécie de carrapato, denominada Amblyomma aureolatum – conhecida como carrapato amarelo do cão –, que é um dos transmissores da febre maculosa (ou “febre do carrapato”).
Entretanto, enquanto a região sul – compreendida pelos municípios de Diadema, São Bernardo e Santo André – registra desde os anos 1920 um grande número de casos da doença, na região norte – composta pela Serra da Cantareira e os municípios de Mairiporã, Arujá e Nazaré Paulista – não há notificação da zoonose.
Um estudo realizado por pesquisadores da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, identificou uma hipótese para explicar a diferença no número de casos da doença entre as duas regiões da cidade.
Os pesquisadores observaram que a ocorrência da febre maculosa está relacionada ao estado de conservação dos fragmentos florestais nas quais está o carrapato transmissor.
As áreas nas quais os fragmentos florestais estão mais conservados e apresentam maior diversidade de espécies de animais, como as da região norte de São Paulo, não apresentam casos da doença. Já em áreas onde a vegetação foi destruída e poucas espécies de animais permaneceram, como na região sul da cidade, há maior incidência de febre maculosa.
Os resultados do estudo, realizado com apoio da FAPESP, foram publicados no início de maio no periódicoParasitology e irão nortear o controle da febre maculosa na região metropolitana de São Paulo.
“Comparamos a diversidade de animais entre as duas regiões da zona metropolitana de São Paulo e observamos que na região norte, onde não há casos da doença, as áreas de vegetação são mais bem preservadas e apresentam maior diversidade de animais, enquanto nos municípios da região sul há áreas muito pobres em espécies de animais. Isso pode ser um fator de prevalência da doença”, disse Maria Halina Ogrzewalska, autora da pesquisa, à Agência FAPESP.
De acordo com a pesquisadora polonesa, que realizou o projeto com Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP , em fragmentos florestais bem preservados e com grande diversidade de espécies, o carrapato Amblyomma aureolatum parasita diferentes tipos de animais silvestres, como esquilos, aves e ratos, cuja habilidade de transmitir a bactéria Rickettsia rickettsi varia.
Já nos fragmentos florestais mais degradados, onde boa parte dos animais desapareceu por consequência da destruição ambiental, os pesquisadores suspeitam que há uma chance maior de o carrapato parasitar espécies generalistas, que podem ser justamente os animais com maior capacidade de infectá-los com a bactéria causadora da febre maculosa.
“A maior diversidade de espécies de animais silvestres de uma região diminui a possibilidade de o carrapato se infectar com um patógeno, porque ele tem maior chance de se alimentar de um animal com baixa capacidade de amplificar a bactéria, o que resulta em menores taxas de infecção entre os carrapatos na região. Isso pode ser um dos fatores pelos quais em regiões de mata bem preservada não há registros de casos de febre maculosa”, apontou Ogrzewalska.
A doença é transmitida para os humanos por meio de carrapatos de cães domésticos, que ficam soltos nas comunidades situadas em bordas de mata, como as na periferia da região metropolitana de São Paulo.
Ao entrarem na mata, os animais podem ser parasitados pelo carrapato e levá-los para dentro das casas, onde podem picar e infectar pessoas com a bactéria causadora da febre maculosa.
Porém, os cães domésticos possuem anticorpos específicos contra a bactéria Rickettsia rickettsi e, em função disso, geralmente não adoecem e apresentam cura espontânea. Por isso, são considerados ótimos “sentinelas”.
Já em humanos infectados, se não forem tratados a tempo, a febre maculosa pode ser letal. “Estimamos que, nessas áreas da região metropolitana de São Paulo que registram casos da doença, se os pacientes não forem tratados a tempo a letalidade pode chegar a quase 100%”, disse Adriano Pinter, pesquisador da Sucen.
Exceção à regra
Para avaliar se havia diferenças no número de casos da doença e na diversidade de animais hospedeiros do carrapato nos fragmentos florestais das regiões norte e sul da região metropolitana de São Paulo, os pesquisadores realizaram ao longo de um ano coletas de animais silvestres e cães domésticos.
As coletas foram feitas nos municípios de Diadema, São Bernardo, Santo André, Mairiporã, Arujá, Nazaré Paulista e na região do Horto Florestal, na zona norte da capital, de modo a estudar os carrapatos presentes e verificar se estavam infectados pela bactéria.
As análises em laboratório revelaram que os carrapatos coletados em São Bernardo e Diadema estavam infectados pela Rickettsia rickettsi e que os cachorros capturados nos dois municípios também apresentavam a doença, detectada pela presença de anticorpos na corrente sanguínea.
Já os carrapatos e cães capturados em Mairiporã, Arujá, Nazaré Paulista e na região do Horto Florestal e em Santo André não apresentaram a bactéria. O que, no caso de Santo André, foi uma surpresa para os pesquisadores.
“Nós também esperávamos encontrar a doença em Santo André, que está em uma área consagrada de transmissão da febre maculosa e localizada a apenas 4 quilômetros de distância de outro fragmento florestal onde foi detectada a presença da bactéria”, afirmou Ogrzewalska.
Ao comparar o estado de preservação do fragmento de floresta de Santo André com o dos outros seis municípios avaliados no estudo, os pesquisadores observaram que ele era muito mais parecido com o da região norte, em termos de diversidade de espécies de animais silvestres.
Além disso, o fragmento de floresta de Santo André era menos isolado do que os outros da região sul – que são menores e espaçados uns dos outros –, possuindo corredores ecológicos que possibilitam o fluxo dos animais entre os fragmentos de mata.
“As áreas de pico de febre maculosa na região metropolitana de São Paulo coincindem com essas áreas de vegetação muito fragmentadas, isoladas e sem conexão entre elas, que impede que os animais possam transitar”, afirmou Pinter.
De acordo com o pesquisador, baseado nos resultados do projeto, a Sucen está analisando imagens dos fragmentos florestais de toda a região metropolitana de São Paulo para encontrar áreas com o mesmo perfil de fragmentação das áreas estudadas com a presença da doença para que possa ser direcionando o controle da febre maculosa.
O artigo Epidemiology of Brazilian spotted fever in the Atlantic Forest, state of São Paulo, Brazil (doi:10.1017/S0031182012000546), de Ogrzewalska e outros, pode ser lido por assinantes de Parasitology.
Matéria de Elton Alisson, da Agência FAPESP, publicada pelo EcoDebate, 24/05/2012Cassiano Romanhttp://www.blogger.com/profile/04941311780826276771noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344944574030689839.post-68018414440119513902012-05-08T21:52:00.004-03:002012-05-08T21:52:56.215-03:00Armadilhas de foto/vídeo. Gorilas raríssimosA reportagem e as imagens falam por si, não preciso comentar nada.
<a href="http://g1.globo.com/natureza/noticia/2012/05/camera-escondida-em-floresta-flagra-gorila-mais-raro-do-mundo.html"></a>Cassiano Romanhttp://www.blogger.com/profile/04941311780826276771noreply@blogger.com0