sexta-feira, 2 de maio de 2014

Justiça do Mato Grosso suspende licença prévia da Usina Hidrelétrica São Manoel, no Rio Teles Pires

Para aqueles que ainda acham que Licenciamento Ambiental não serve pra nada...vejam a matéria mais abaixo. Concordo sim com as reclamações de muitos que falam que é um processo lento e moroso, muitas vezes burocrático, porém são estudos ambientais baseados em metodologias científicas, geralmente formulados e aplicados por pessoas que estudaram diversos anos para tal e não em interesses políticos (como está sendo proposto por integrantes do governo). Estes estudos relacionam a fauna, a flora, as pessoas que vivem no entorno de uma área que será afetada e muitos outros pontos, é um trabalho que envolve dezenas e dezenas de pessoas para coletar dados e posteriormente interpreta-los, dessa forma tenta-se projetar o que ocorrerá em toda a zona de entorno de empreendimentos de grande porte (tal qual hidrelétricas - que falam sempre em energia limpa - na verdade é uma energia limpa mesmo, porém a maioria das pessoas não percebe o quanto se destroi para a formação de um grande lago de armazenamento, as consequencias ambientais da formação desse lago, a remoção de diversas comunidades, até de cidades inteiras). Surge como obrigatório pensar-se em alternativas de produção de energia e aqui falo em energia eólica e solar, e esquecer essa ideia de fazer grandes barragens que afetam todo um ecossistema e muitas vezes levam embora belezas cênicas que nunca mais serão vistas (exemplo disso são as hidrelétricas no Rio Uruguai, onde um famoso ponto turístico chamado Estreito do Uruguai já desapareceu no inicio dos anos 2000 e agora querem afundar com o Salto do Yucumã, no noroeste gaúcho). Eu, como Consultor Ambiental, especialista em um grupo de fauna, afirmo sem ressalvas, que para instalação de empreendimentos de grande porte, é inadmissivel que não existam estudos ambientais que façam um levantamento de dados e interpretação dos resultados, com o objetivo principal de mitigar os impactos que este empreendimento causará e qual o papel do empreendedor para compensar essas perdas. A ideia destas postagem é de gerar um debate, diante disso espero opiniões de vocês leitores, para que possamos melhorar nossas ideias e crescer sempre. Abraço a todos. A Justiça Federal do Mato Grosso suspendeu o licenciamento da Usina Hidrelétrica São Manoel, no Rio Teles Pires. O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) deve suspender a licença prévia que concedeu ao empreendimento, sob pena de multa de R$ 500 mil, de acordo com a liminar pedida pelo Ministério Público Federal (MPF). Em sua decisão, o juiz Ilan Presser, da 1ª Vara de Cuiabá, aponta que os estudos de impacto ambiental da usina mostram que a obra atingirá as terras indígenas Munduruku, Kayabi e Apiaká do Pontal. Nesta vivem indígenas que optaram pelo isolamento voluntário como estratégia de sobrevivência, “É inadmissível a imposição da aceleração de um procedimento complexo de licenciamento, que ignore os impactos socioambientais sobre as comunidades com povos indígenas isolados”, avalia o juiz. A Justiça também chamou a atenção para o fato de que não se trata de apenas uma usina, mas de um conjunto de empreendimentos que podem mudar a região inteira. O complexo hidrelétrico do Rio Teles Pires prevê sete barragens. Reportagem de Sabrina Craide, da Agência Brasil, no EcoDebate, 02/05/2014

5 comentários:

  1. Cassiano, já não fazem grandes barragens faz muito tempo e esse é um dos motivos por agora estarem queimando carvão/oleo diesel como nunca nesse país, tem energia mais suja que essa?? não adianta ficar batendo nessa tecla de criminalizar as grandes barragens, seria muito pior se elas não existessem.

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  2. Usinas hidrelétricas com produção de mais de 30 MW são consideradas Grandes Hidrelétricas (e não Pequenas Centrais Hidrelétricas PCHs - na minha opinião essas PCHs são muito "melhores", do ponto de vista ambiental, pois causam menos impacto) portanto necessitam da formação de um lago que causará grande impactos sociais e ambientais. Apenas para se ter uma ideia, Usina Hidrelétrica de Belo Monte (11 233 MW), Usina Hidrelétrica Santo Antônio ( 3 665 MW), Usina Hidrelétrica de Jirau (3 300 MW), Usina Hidrelétrica São Luiz do Tapajós (8 381 MW ), Usina Hidrelétrica Jatobá (2 338 MW) entre outras pelo país todo, estão projetadas ou estão em construção, todas elas são grandes Usinas Hidrelétricas com a formação de um grande lago. Obviamente que não sou a favor de usinas queimarem carvão ou óleo diesel, como você citou, sou sim a favor de Usinas Eólicas e Solares (como já havia comentado anteriormente). Claro que esse tipo de produção de energia também tem impactos, porém temos que achar formas de mitiga-los e não podemos ser hipócritas e dizer que não deva haver produção de energia. Muito obrigado pelo comentário amigo(a). Este espaço é exatamente para isso, discutirmos. Abraço.

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    1. é que você misturou conceitos... grandes barragens eu entendo como grandes reservatórios, e Belo Monte, Santo Antonio, Jirau não tem reservatório, são usinas a fio d'agua, elas são grandes hidrelétricas como citado agora no comentario. Já que não apareceu meu nome, passo o meu email para eventuais pedradas, hehe. berg.marcos@gmail.com.

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    2. Acho que não misturei nada, se você pesquisar verá que o tamanho do lago destas usinas é: Belo Monte: 516 Km2, Jirau 258 km2, Santo Antonio 217 km2, eu considero isso algo bem grande e não um "fio de água". Pode ser que sejam lagos menos do que usinas anteriormente instaladas, porém são imensas áreas alagadas. Abraço

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    3. corrigindo: *lagos menores do que lagos anteriormente instalados.

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