Voluntários em Porto Alegre (RS) irão instalar pontes para a travessia de animais silvestres na zona sul da cidade. Integrantes do Programa Macacos Urbanos – um grupo formado por biólogos, veterinários e outros defensores da natureza – irão pendurar sobre ruas do bairro Lami duas pontes que foram criadas para ajudar na movimentação de macacos bugios.
As duas novas estruturas vão se somar a outras sete que já estão em uso. Antes da iniciativa, os bugios eram atropelados, eletrocutados nos fios da rede elétrica ou atacados por animais domésticos. Apesar de pensadas para os macacos, as pontes também têm ajudado outros animais, como gambás e ouriços, de acordo com Renata Pfau, bióloga voluntário do programa.
Segundo ela, há registros fotográficos – feitos por câmeras escondidas – e também relatos de moradores sobre a utilização das pontes pelos animais. O grupo começou a instalação das estruturas em 1995 e depende, principalmente, da venda de camisetas para conseguir recursos financeiros. O programa é vinculado à Universidade Federal do Rio Grande do Sul e a ação de domingo é aberta à participação da comunidade, começando às 14h na Estrada Passo da Taquara.
Vitória no Ministério Público – Além de criar alternativas para a travessia de animais em zonas urbanas, o grupo de voluntários conseguiu obrigar a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) a encapar os fios elétricos que ameaçavam a vida dos bugios. Após abrir uma denúncia no Ministério Público por maus tratos aos animais com o argumento de que a companhia possuía a tecnologia necessária para evitar o eletrocutamento de animais, mas não a utilizava, a CEEE ficou obrigada a isolar os fios em todas as áreas onde há registro de morte, queimaduras ou perda de membros nos animais devido a choques elétricos.
Inspiração – O Programa Macacos Urbanos prestou consultoria ao Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, em São Paulo, que enfrentava um problema semelhante ao da zona sul de Porto Alegre. Bugios do Zoológico de São Paulo atravessavam uma grande avenida para circular entre o zoo e o parque e muitos foram atropelados na via. Hoje, duas passarelas conectam as áreas e ajudam bugios e preguiças a se movimentar com segurança. (Fonte: Portal Terra)
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