sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Fóssil Grávido

Descoberta de fóssil grávido revela mistério dos plesiossauros.

Pesquisadores descobriram que o plesiossauro, um réptil predador que vivia nos mares há mais de 78 milhões de anos, era uma mãe zelosa que dava à luz a filhotes vivos, ao invés de deixar ovos. O vilão dos mares da Era Mesozoica também cuidava da prole após o nascimento, assim como fazem hoje outros animais marinhos como as baleias e os golfinhos. A descoberta, que acabou com um mistério de 200 anos entre a comunidade científica, só foi possível graças ao achado de um fóssil grávido do animal, em uma fazenda no estado americano de Kansas. Atualmente o fóssil está em exposição no Museu de História Natural de Los Angeles.

“O ponto-chave é que os plesiossauros fizeram coisas de forma diferente do que os outros répteis marinhos, que tinham o padrão de reprodução dos répteis atuais, com um número maior de pequenos bebês. Os plesiossauros eram, neste sentido, aparentemente mais próximos de mamíferos e lagartos que vivem em grupo, dando origem a um ou alguns filhotes”, disse ao iG Frank O’Keefe da Universidade de Marshall, nos Estados Unidos e autor do estudo publicado hoje na Science(para ver o resumo do artigo acesse www.sciencemag.org/content/333/6044/870.abstract.

Os cientistas já desconfiavam que o corpanzil de cerca de 5 metros de comprimento do plesiossauro não era sinônimo de uma boa adaptação para longas escaladas na terra para colocar seus ovos ou construir ninhos, mas faltavam provas que confirmassem que o animal era de fato vivíparo. O fóssil de um animal (Polycotylus latippinus) prenhe era a prova que faltava.

O estudo identificou que o embrião era muito grande em comparação com o tamanho da mãe. “Era muito maior do esperávamos se compararmos com outros répteis dos dias de hoje”, disse. De acordo com O’Keefe, o fato de gerarem filhotes grandes pode ter desencadeado nos animais um comportamento mais semelhante ao de mamíferos e algumas espécies de lagartos.

“Nós especulamos que isto possa indicar que os plesiosauros exibiam cuidados maternais e comportamento social como o cuidado da prole após o nascimento e até mesmo quando fossem capazes de se alimentar sozinhos”, disse.

Mesmo assim, O’Keefe afirma que os plesiossauros, que não têm parentes conhecidos nos dias atuais, seja mais próximos dos mamíferos que dos répteis. “Plesiossauros são muito mais próximos em parentesco de lagartos, cobras e outros répteis mesmo apresentando comportamento semelhante ao de mamíferos”, disse.

Espera de 24 anos – O fóssil do plesiossauro prenhe foi descoberto em 1987 por Charles Bonner, dono de um rancho em Logan County, no Kansas. A descoberta se deu no meio oeste americano, pois, na Era Mesozóica, a configuração do planeta era diferente da atual. Havia um corpo de água na América do Norte formado a partir do encontro do oceano Ártico com o golfo do México.

A família Bonner se responsabilizou pela escavação e a retirada do fóssil. De acordo com O’Keefe, a família só deu conta do valor científico da peça após muito tempo e resolveu doá-la para o Museu de História Natural de Los Angeles, que por sua vez, também precisou buscar recursos para o estudo do fóssil. “Como muitas histórias estranhas da paleontologia, só então o fóssil passou a ser estudado. A retirada do fóssil é só a primeira etapa, ele precisou ir ao laboratório para ser preparado, passando pelo processo de liberação das pedras que rodeavam os ossos”, disse.

O fóssil de 78 milhões de anos mede cerca de 5 metros de comprimento. O esqueleto do embrião contém costelas, 20 vértebras, ossos dos ombros, bacia e da nadadeira.

“Encontrar fóssil de um animal prenhe é algo muito raro. É um fóssil verdadeiramente único, é algo espetacular e tenho muita sorte de poder estudá-lo”, disse.
Fonte: Maria Fernanda Ziegler/ Portal iG

O mais incrível desse trabalho é que a partir desse monte de ossos descobertos eles conseguem "remontar" o bicho e "dizer" como ele era. Agora se isso é realmente verdade, se ele realmente era assim mesmo, aí já é outra história!
Fonte das fotos: ultimosegundo.ig.com.br/ciencia




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